Delegado abriu 4 inquéritos para apurar degradação nas praias da região
A Delegacia Estadual do Meio Ambiente (Dema) instaurou nesta sexta-feira (11) quatro inquéritos para apurar o desmatamento de Áreas de Preservação Permanente (APP) e a poluição nas áreas de praia do Rio Araguaia, em São Miguel do Araguaia, no norte de Goiás. Imagens feitas pela polícia mostram a área degradada próxima aos lagos e também o lixo e restos de construção deixados nas areias. Até mesmo vasos sanitários foram encontrados no local, que é um dos principais pontos turísticos do estado.
Três inquéritos investigam fazendeiros da região que estão desmatando áreas de preservação permanente. A polícia ainda apura o tamanho do impacto ambiental causado por esse desmatamento, mas já calcula que em apenas uma das propriedades a vegetação natural foi retirada em aproximadamente 500 hectares.
“Muitas das áreas são áreas de brejo, que absorvem e retêm a água. Quando sai a mata e entra o gado, o solo é pisoteado, compactado e as lagoas secam. São elas que abastecem o Araguaia e também são grandes reservatórios para as espécies de peixes”, explicou o delegado Luziano Carvalho, titular da Dema.
A investigação foi iniciada na data em que se comemora o Dia do Cerrado. Entretanto, o delegado Luziano Carvalho ressalta: “Não temos o que comemorar. Porém, também não podemos ficar só lamentando, tem que ter ação”.
Além do desmatamento, o delegado informou que o quarto inquérito apura a poluição provocada por ranchos montados nas praias do rio. Durante a alta temporada, muitas pessoas fazem um cadastro para ter autorização para construir no local, mas, ao final, vão embora e deixam toda estrutura no local.
˜Em breve, vem a chuva, o rio enche e leva o que foi deixado na praia e polui o rio. Mesmo quando desmancham o rancho, que é feito com palha e bambu, deixam os vasos sanitários largado lá. É um absurdo˜, relatou Luziano.
O delegado explica que teme pelo fim do rio se as ações continuarem a ocorrer. ˜Não adianta mais só preservar. É preciso restaurar, senão o rio vai secar em 40 anos. O objetivo é barrar esse desmatamento e retirar todos esses ranchos da praia o mais rápido possível˜, disse o delegado.
Os fazendeiros e donos de ranchos investigados nos inquéritos serão indiciados por crimes ambientais como desmatamento em área de preservação permanente e alterar local protegido por lei. A pena para esses crimes é de 1 a 3 anos de prisão.
(*Com informações do G1 Goiás)