As mulheres baianas vítimas de violência ganharam mais um motivo para criar coragem e procurar ajuda. Nesta quinta-feira (10), a sede da Operação Ronda Maria da Penha foi inaugurada no Distrito Integrado de Segurança Pública (Disep), no bairro de Periperi, no Subúrbio Ferroviário de Salvador.
Atualmente, a Operação Ronda Maria da Penha atende 233 mulheres, como a jornalista Reice Veridiana Silva. Depois de sofrer agressões física, psicológica e moral durante três anos do ex-companheiro, ela não tem mais medo e não esconde o rosto ao falar sobre a violência que sofreu.
“Hoje quem cuida de mim é a Operação Ronda Maria da Penha. Estou sendo assistida, acompanhada e recebo a equipe na minha casa. Me sinto completamente à vontade com os policiais que me visitam, [pois] eles fazem eu me sentir mais segura. Não tem sido fácil desde que começaram as agressões, mas hoje eu me sinto muito melhor. Que minha história possa servir de exemplo para outras mulheres que sofrem qualquer tipo de abuso, para que elas procurem ajuda, porque há quem nos ajude e a ronda tem me atendido muito bem nesse sentido”, contou a jornalista.
De acordo com o secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa, a unidade reforça o caráter preventivo da iniciativa. “Com essas visitas, a Ronda Maria da Penha consegue chegar até essas pessoas que estão submetidas a medidas protetivas, conscientizando a mulher, conscientizando a família da importância da separação do agressor e fazendo com que elas contem com o apoio policial caso haja necessidade”, explicou o secretário.
Um ano de Ronda Maria da Penha
A inauguração marca também um ano de criação da ronda. Desde 8 de março de 2015, a operação já realizou 1.181 visitas e acompanhamentos. São 23 policiais militares capacitados especificamente para lidar com as mulheres atendidas numa estrutura que tem o apoio da Polícia Militar, Polícia Civil, Departamento de Polícia Técnica (DPT) e Secretaria de Política para as Mulheres (SPM), além da Defensoria Pública, Ministério Público e Tribunal de Justiça.
A Ronda já realizou também 22 prisões de agressores em flagrante, 781 atendimentos, 83 palestras de conscientização e 90 cumprimentos de ordens judiciais. Ainda no mês de março, serão realizadas novas palestras e abordagens preventivas em toda a capital.
A iniciativa, que começou como projeto há um ano no Subúrbio Ferroviário de Salvador, já ampliou as ações para o interior do estado, em cidades como Serrinha e Juazeiro, e ainda deve atender outros municípios baianos que possuam registros significativos de violência contra a mulher.