As taxas de juros aplicadas atualmente e o excesso de burocracia são os dois principais problemas apontados por 6.886 empreendedores que participaram de recente pesquisa do SEBRAE que mostrou o afastamento em 2016 das micro e pequenas empresas das instituições financeiras responsáveis por concessão de empréstimos.
Conforme a pesquisa, 83% dos pequenos empresários não recorreram a empréstimos bancários. Esse número é 10% maior que o de 2015. Para 47% dos empresários, a redução nas taxas de juros seria a melhor solução para facilitar a aquisição de financiamentos. A diminuição da burocracia é apontada como sugestão para 27% dos pesquisados.
A pesquisa apontou ainda que os empresários optaram utilizar, em substituição aos empréstimos bancários, negociação de maior prazo com os fornecedores (52%), cheque pré-datado (27%), cheque especial (20%) e cartão de crédito empresarial (21%). Porém, mesmo essas estratégias registraram diminuição quando comparada a 2015.
Outro ponto apresentado na pesquisa é que 19% dos empreendedores que afirmaram ter buscado empréstimos bancários em 2016 tiveram seus pedidos negado pelas instituições financeiras. O número é 5% superior ao ano anterior.
Dos empresários que conseguiram empréstimo, 51% reclamaram das altas taxas de juros. Entre os empreendedores que conseguiram financiamento, 53% utilizaram para capital de giro e 36% aplicaram na compra de mercadoria.
BAHIA
Presidente da Frente Parlamentar da Micro, Pequena e Média Empresa, o deputado estadual Eduardo Salles lamentou o cenário. “Sabemos que a crise econômica tem sido cruel com o setor, responsável por empregar grande parte do trabalhador brasileiro”, disse. Para ajudar esses empresários, vamos apresentar agora ao governador Rui Costa a minuta da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.
Entre outros pontos, o texto trata de juros mais baixos e menor burocracia nas instituições financeiras administradas pelo governo estadual para concessão de empréstimos aos micro e pequenos empresários baianos.
“Precisamos fazer que o microempreendedor individual, o micro e pequeno possa ter acesso acredito e ter a capacidade de desenvolver o seu negócio. Tenho certeza que teremos, muito em breve, uma legislação que ajude o setor a se desenvolver e ajudar a economia baiana e brasileira sair da crise”, declarou Eduardo Salles.
A Lei Geral Estadual das Micro e Pequenas Empresas regula também as taxas, incentivos e benefícios fiscais diferenciados, simplifica os processos de abertura, alteração e baixa da empresa, regulamenta o parcelamento de débitos relativos aos tributos estaduais, dá preferência nas aquisições de bens e serviços nas licitações promovidas pelo governo estadual e permite a dupla visita da fiscalização orientadora.