Uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) que nasceu sem a coloração da espécie foi encaminhada para cuidados no Projeto TAMAR, que conta com o patrocínio da Petrobras. A falta do padrão cromático natural a impede de esconder-se de predadores, reduzindo consideravelmente as chances de sobrevivência. Sob diversos cuidados especiais, a tartaruguinha já pode receber visitas. Ela ajudará os pesquisadores a compreenderem o fenômeno raro em tartarugas marinhas.
“A tartaruga tem mínimas chances de sobreviver na natureza, pois apresenta uma anomalia genética chamada de leucismo, que diminui a pigmentação da pele e casco”, conta a veterinária do TAMAR Thaís Pires. A camuflagem é importante para todas as espécies, principalmente na fase juvenil. Se fogem aos padrões naturais, não conseguem até mesmo atrair um companheiro(a).
Com 4,5 kg e 34 cm de casco, a tartaruguinha já se alimenta bem, tem um espaço especial só para ela e pode receber visitas todos os dias das 8:30 às 17:30, no Museu da Tartaruga Marinha na Praia do Forte.
O Projeto TAMAR começou em 1980 a proteger as tartarugas marinhas no Brasil. Com o patrocínio da Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental, hoje o projeto é a soma de esforços entre a Fundação Pró-TAMAR e o Centro Tamar/ICMBio. Trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 25 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.