Com a certificação já realizada há cinco safras na produção de algodão do oeste da Bahia, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) pretende incentivar os pequenos produtores do sudoeste na adoção dos critérios de sustentabilidade. No início de junho, nos dias 5 e 6, foram realizadas visitas técnicas à região para verificar uma possível inclusão das propriedades de algodão das cidades de Iuiu e Malhada para que passem a receber a auditoria para o licenciamento Better Cotton Iniciative (BCI), referência internacional em algodão sustentável, que atua por meio do Programa Algodão Brasileiro Responsável da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Caso seja implementado, a Bahia será o primeiro estado a realizar o projeto piloto BCI para pequenos produtores brasileiros.
Essa foi a primeira visita de técnicos da BCI à Bahia. O chefe de parcerias, Corin Wood-Jones, o diretor USA, Scott Exo e o diretor de padronização e garantias, Damien Sanfilippo, acompanhados de João Rocha, gerente de sustentabilidade da Abrapa, conheceram a realidade dos pequenos produtores do sudoeste. Eles também visitaram uma propriedade certificada desde o primeiro ano do projeto no oeste da Bahia. Ao acompanhar as visitas, a coordenadora da área de sustentabilidade da Abapa, Bárbara Bonfim Costa, está confiante na implantação deste projeto piloto, já executado no oeste baiano. “A ideia é que eles também recebam a equipe técnica da Abapa para se adequarem, por meio de check list, aos critérios de sustentabilidade como forma de implementar melhores práticas socioambientais com as regras adequadas aos pequenos produtores”, afirma.
Para o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, a entidade está comprometida como o desenvolvimento da cotonicultura do sudoeste, que na década de 90 já foi uma dos maiores produtores da Bahia, mas foi dizimado pelo bicudo do algodoeiro. “Há quatro anos, os produtores de algodão do oeste da Bahia, por meio da Abapa, vem transferindo tecnologia para quem planta no sudoeste. Hoje, são mais de 400 hectares de algodoeiros irrigado com o suporte técnico especializado e doação de kits de irrigação, sementes e fertilizantes. A ideia é ir avançando gradualmente, de forma sustentável, para que mais famílias possam ter rentabilidade e continuem se desenvolvendo no campo”, afirma.
Oeste – Na última safra, 2016/2017, 74% da área plantada de algodão recebeu a certificação, abrangendo um total de 140,4 mil hectares, que também comprovaram o uso racional e preservação do meio ambiente e aplicação de boas práticas agrícolas na produção do algodão. A previsão é que, nesta safra 2017/2018, até o final de junho, sejam visitadas 53 propriedades, que totalizam 191.586,00 hectares, 75,69% da área total do algodão plantado na Bahia. Estes agricultores deverão comprovar excelência com parâmetros mundiais de adoção de práticas sustentáveis no campo, garantindo maior rentabilidade e espaço no mercado comprador, principalmente de países europeus e asiáticos. Os técnicos finalizaram as visitas técnicas durante a Bahia Farm Show 2018, quando puderam prestigiar o espaço do movimento “Sou de Algodão” montado para incentivar o consumo de roupas e produtos 100% algodão.