Pela definição, quitinetes, como são conhecidos em São Paulo, ou conjugados, como são chamados no Rio de Janeiro, retratam a realidade de um apartamento pequeno, com dimensões entre 20 e 35 m². Compacta, a morada, constituída pela integração de sala, quarto, cozinha e banheiro, vem ganhando cada vez mais visibilidade no mercado imobiliário.
Quanto menor o espaço, maior é o desafio para os profissionais que assumem a responsabilidade de decorar e trazer soluções práticas e criativas para a vida do morador. Buscando aproveitar cada cantinho da melhor forma, a arquiteta Carmem Avila, do escritório Carmem Avila Arquitetura, e a dupla de designers de interiores Lome Chung e Paulo Brites, do escritório Icono Projetos e Interiores, compartilham suas experiências na realização de projetos onde conseguiram oferecer funcionalidades para o dia a dia, além de contribuir para proporcionar as sensações de amplitude e aconchego. Confira:
1) Circulação
“Para imóveis com pequena área útil, é essencial pensar que a circulação não pode ser prejudicada por móveis grandes e espaçosos”, conta Paulo Brites. Assim, o profissional e sua sócia, Lome Chung, optam por especificar armários funcionais e embutidos com dois objetivos claros: não ocupar espaço desnecessário e, ao mesmo tempo, comportar um volume significativo dos itens que integram a vida do cliente.
2) Cores e decoração
Para a arquiteta Carmem Avila, é fundamental que o projeto tenha o toque do morador. “Mesmo em pequenas dimensões, sempre busco trazer um conceito único e clean ao projeto”, explica. Sobre a paleta de cores, os tons mais claros como branco, cinza e bege são coringas na decoração. “Trabalhar a base neutra e pincelar algumas cores dá personalidade ao espaço”, comenta Lome.
Carmem ressalta que uma decoração mais homogênea corrobora para a amplitude e ainda ressalta que texturas, papéis de parede e tapetes coloridos “transmitem muita informação ao ambiente e podem carregar o espaço que já é reduzido”.
3) Funcionalidade
“Os móveis soltos valorizam o imóvel e podem ser usados de formas múltiplas”, aconselha Paulo Brites. Os móveis e acessórios devem ser proporcionais ao tamanho do local e, multiuso, aproveitam espaço e função.
4) Espelhos
O uso de espelho é um grande aliado para a decoração, contribuindo para que os ambientes pareçam maiores e os locais escuros se tornem mais leves e claros. Todavia, uma ressalva importante apontada pela designer Lome Chung: “usar com moderação é uma boa pedida, já que o excesso de espelhos pode deixar o apê desconfortável”.
5) Iluminação
Ambientes pequenos necessitam de uma iluminação funcional e bonita. “Observar o pé-direito do imóvel é essencial para a instalação do projeto luminotécnico”, revela Carmem. Pendentes são bem-vindos sobre a bancada ou o criado-mudo, desde que não sejam instalados em corredores ou passagens.
6) Quarto
Muitos proprietários optam por esconder a cama, mas não é obrigatório. “A cama é um item que faz parte da decoração e escondê-la ou não vai de acordo com o desejo do cliente”, explica Carmem. Para a arquiteta, é possível compor um ambiente com cama, móveis e objetos de maneira harmônica e sem ocupar muito espaço.
Sobre Carmem Avila Arquitetura
Projetar é a grande paixão do escritório comandado pela arquiteta Carmem Avila, que se destaca pela atenção aos detalhes na composição de volumes, cores, luz e texturas.
Formada Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Carmem Avila trabalhou durante alguns anos como colaboradora em diversos escritórios – Heloisa Maia Campos, ATP Arquitetura, Brasil Arquitetura e Futurebrand, entre outros –, onde solidificou sua formação até iniciar uma carreira a solo em 2004.
Entre 2009 a 2013 atuou docente do curso Design de Interiores na Escola Panamericana de Arte de São Paulo. Em 2013, foi uma das finalistas no concurso IDEA BRASIL, dentro da categoria Living Rooms and Bedrooms, com o Projeto do Cabideiro Ondas.