Um plano emergencial de combate à seca nos estados mais afetados pela estiagem no Nordeste deverá ser anunciado nos próximos dias pela presidenta Dilma Rousseff, disse hoje (20) o governador do Ceará, Camilo Santana, após encontro com Dilma, no Palácio do Planalto.
“Ela [Dilma] já vai anunciar nos próximos dias, não só para o Ceará, mas para outros estados do Nordeste que estão nessa situação, recursos tanto para ações de adutoras emergenciais como para carros-pipa. Isso vai amenizar inicialmente o planejamento que o Ceará fez”, disse.
A preocupação com a estiagem no estado é grande, já que o período de chuvas de 2015 terminou e foi, segundo o governador, o quarto ano consecutivo abaixo da média e a pior recarga dos reservatórios em 17 anos. De acordo com Camilo Santana, o plano é uma resposta às necessidades apresentadas pelos estados, nos últimos meses, para ações de combate à seca que consideram emergenciais e também de longo e médio prazo.
Outro compromisso assumido pela presidenta foi com a conclusão de parte das obras de transposição do Rio São Francisco. “Ela afirmou claramente que será prioridade do governo dela concluir e [fazer] chegar a água do São Francisco até o sul do Ceará até meados do ano que vem”, disse o governador.
Camilo Santana aproveitou, também, a reunião com Dilma para se queixar do “subfinanciamento” dos recursos federais em saúde repassados ao estado. Em 2006, a cada R$ 1,00 recebido do Sistema Único de Saúde, o Ceará entrava com o mesmo valor. Hoje, o governador informou, que a proporção de investimentos do estado é quatro vezes maior.
“Ela compreendeu os números da saúde e recomendou avaliação”, disse. Quanto à divergência entre o volume de recursos repassado aos estados para o setor, Camilo disse que vai aguardar uma resposta da presidenta.
O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, também participou da reunião da presidenta Dilma com o governador cearense. Após o encontro, o Ministério da Cidade informou, em nota, que a pasta “apoiará o estado do Ceará na questão emergencial”, por exemplo, com carro-pipa, adutoras de engate rápido e obras estruturantes como o projeto de integração do Rio São Francisco.
Paulo Victor Chagas – Agência Brasil