Leitura: 5 minutos

A água distribuída pela Embasa passa por um rigoroso controle de qualidade. Para garantir a saúde e o bem-estar do consumidor, amostras são coletadas e analisadas desde o manancial, passando pelas etapas do tratamento e da distribuição

Coleta de amostra em manancial. Foto: Acervo Embasa
<span> <span style=font family arial helvetica sans serif font size 10pt>Coleta de amostra em manancial Foto Acervo Embasa<span>

Uma ampla rede integrada por um laboratório central, em Salvador, 13 laboratórios regionais, em cidades do interior, e 470 laboratórios locais, que funcionam nas estações de tratamento de água (ETA) ou nos escritórios municipais da empresa, forma a estrutura que monitora 16.250 pontos de coleta distribuídos em mananciais, captações de água, ETAs, poços, reservatórios e redes distribuidoras, sendo que 750 estão em Salvador e Região Metropolitana e outros 15.500 distribuídos nos 366 municípios baianos atendidos pela Embasa na Bahia.

No dia 14 de março, o funcionário Valquimedes Ramos coletou amostras de água em pontos da rede dos bairros de Pirajá, Campinas de Pirajá e Dom Avelar, apenas algumas das cerca das 5 mil amostras que o laboratório central costuma receber, por mês, de bairros da RMS. Juntos, os laboratórios da Embasa realizam uma média anual de 3,7 milhões de análises de amostras, garantindo a 11,6 milhões de baianos água dentro dos padrões de potabilidade estabelecidos pela portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde.

“Técnicos da Embasa analisam parâmetros como cor, turbidez, pH, coliformes, metais, toxinas, proporções de flúor e de cloro, produtos químicos que devem estar presentes na água distribuída. A freqüência das análises varia de acordo com o parâmetro analisado, podendo ser de duas em duas horas, diárias, mensais e até semestrais”, detalha Fabrício Aleluia, gerente do laboratório central da Embasa.

Tecnologia avançada

Para a detecção de substâncias nocivas à saúde, em proporções menores do que um milionésimo de grama por litro, a empresa recorre a tecnologia avançada disponível no mercado. Uma das mais recentes aquisições do laboratório central foi o cromatógrafo líquido, que amplia a capacidade de identificação, na água tratada, de compostos derivados de petróleo e de agrotóxicos. “Com o novo equipamento, que representou um investimento de R$ 1,4 milhão, podemos encontrar concentrações desses compostos mais baixas do que os valores máximos permitidos pela legislação, possibilitando à Embasa a antecipação das ações necessárias para garantir a manutenção do padrão de qualidade da água”, destaca o gestor.

O resumo mensal dos resultados das análises é incluído na conta de água enviada mensalmente ao usuário, contemplando todos os parâmetros de potabilidade presentes no relatório anual do consumidor. Por meio deste relatório, a Embasa garante ao usuário o direito à informação sobre a qualidade da água distribuída, em atendimento ao decreto federal n° 5.440/2005. Outros relatórios são enviados mensal e semestralmente a órgãos de controle ambiental nos municípios e também à Vigilância Sanitária, ligada à Secretaria Estadual de Saúde, à Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento Básico do Estado da Bahia (Agersa) e ao Ministério da Saúde.

Mas o usuário do serviço de abastecimento de água também deve fazer a sua parte para preservar a qualidade da água, lavando os reservatórios internos dos imóveis a cada seis meses. “De acordo com a legislação vigente, a responsabilidade da Embasa é fornecer água até o ponto de entrega, ou seja, o hidrômetro”, explica o biólogo. Caso perceba alguma alteração na água, o usuário deve reportar a situação ao teleatendimento 0800 0555 195 ou à central de serviços no site da empresa (www.embasa.ba.gov.br). Em situações desse tipo, o laboratório central é chamado para coletar amostras e realizar análises no intuito de descobrir o que pode estar causando a alteração e se ela representa risco à saúde das pessoas.

Mudança na composição da água pode acontecer quando ocorre a retomada do abastecimento após uma interrupção temporária. Se a rede distribuidora for antiga, partículas de minerais presas nas tubulações podem se soltar com a força da água durante o processo de recarga da rede. A incidência de fortes chuvas também pode alterar a qualidade da água, em algumas regiões, pois minerais presentes no solo são carreados pelas águas pluviais até o manancial e causam impactos no tratamento.

“Embora essas substâncias não representem risco à saúde da população, elas mudam a aparência da água, modificando cor, sabor ou cheiro, e geram desconforto aos usuários. Por isso, logo que as alterações são identificadas, a empresa adota medidas operacionais corretivas”, conta Fabrício.

Soluções eficientes

<span> <span style=font family arial helvetica sans serif font size 10pt>Laboratório Central Foto Marcos Fonseca<span>

Os laboratórios da empresa também se valem de soluções eficientes e de baixo custo para o controle da qualidade, como o método do substrato cromogênico. “Trata-se de um método prático e rápido que permite a detecção, na mesma análise, dos coliformes como um todo e do Escherichia coli (E. coli), em particular”, resume a química Juliana Amaral, do laboratório regional de Vitória da Conquista. Em forma de pó, o substrato cromogênico, em reação com os coliformes, gera uma cor amarelada nas 24 horas seguintes à incubação e homogeneização da amostra. Para determinar a presença do E. Coli, basta submeter a amostra já amarelada a iluminação ultravioleta dentro de uma câmara escura. “Se ocorrer fluorescência é porque há presença do E. Coli”, conclui Juliana. Um sachê do substrato cromogênico custa apenas R$ 6. A aplicação do método, em toda a Embasa, representa uma economia de R$ 1,2 milhão por ano à empresa.