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Denominado “Vale Ouro”, projeto chama para um passeio pelas belezas do rio e a atenção para o assoreamento das matas ciliares

Pescadores jogam a rede num lindo final de tarde acompanhado com um belíssimo pôr do Sol no Vale do São Francisco. Foto: Biel Fagundes/Divulgação - Rafael Brito
<span> <span style=font family arial helvetica sans serif font size 10pt>Pescadores jogam a rede num lindo final de tarde acompanhado com um belíssimo pôr do Sol no Vale do São Francisco Foto Biel FagundesDivulgação Rafael Brito<span>

São Francisco. É um santo. Itinerante voltou a sua vida para os pobres. Assim também é o Rio São Francisco que tem 2.700 km de extensão, nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais, escoa pela Bahia e por Pernambuco, e chega ao Oceano Atlântico através da divisa entre Alagoas e Sergipe. Além do grande volume de água é um grande instrumento econômico e que carrega em suas margens histórias de um povo sorridente, cheio de fé e sofrimento.

Moraes Moreira descreve em sua composição São Francisco um pouco do que é esse povo e esse Rio. “O meu caminho eu escolho / Tirando o cisco do olho / Enxergo longe, me arrisco / Sou como o Rio São Francisco / Faço no tempo viagens / No espaço da noite e do dia, / Indo, fluindo às margens / De Pernambuco e Bahia / Andando por todos os lados / Sincretizando os Estados / Arrematando as costuras / Na integração das culturas / Assim como o rio promovo / O abraço que a gente precisa / Em busca do que é mais novo / Sim ultrapasso a divisa / Fazendo a ponte, sem medo (…)”.

Ao entardecer, o sol desce transformando tuas águas em espelhos de ouro. Ouro que embeleza as lavadeiras que trazem sustento para casa. Águas que levam alimento e esperança para as mesas dos ribeirinhos que vivem ao seu redor. Da força de tuas correntes, transforma água em energia para casas e residências de todo o Nordeste. Nas tuas margens, fragmentos de diversos biomas o embeleza com plantas que não precisam serem lapidadas para mostrar tamanha beleza.

Projeto

Nas margens do Velho Chico (Apelido do rio), a pé ou a passeio de barco com pescadores, o jornalista e fotógrafo Biel Fagundes, buscou eternizar momentos únicos nesse vale encantado que é o Rio São Francisco. Os registros resultaram na série fotográfica “Vale Ouro”, que é um passeio poético entre o sertão baiano e pernambucano, região Nordeste do Brasil, mais precisamente nas cidades de Juazeiro e Petrolina que são divididas pelo rio São Francisco e ligadas pela monumental ponte Presidente Dultra.

Biel Fagundes mostra com essa série fotográfica uma forma poética de sensibilizar e chamar atenção das pessoas para uma das coisas mais preocupantes até o momento sobre esse recurso hídrico: o assoreamento do rio. Muitos trechos do Velho Chico já não são mais navegáveis e a redução do volume de água, o acúmulo de areia e outros materiais no fundo do rio dificulta a navegação. A falta de vegetação nas margens dos rios e mananciais aumenta o volume de terra e areia nas margens, que acaba sendo transportada para dentro do rio, ocasionando obstrução de trechos e com isso o assoreamento.

Com um acervo de mais ou menos 100 fotografias, o projeto “Vale Ouro”, leva esse nome para dar ênfase ao riquíssimo valor do Vale do São Francisco. Juazeiro, Petrolina e região, vivem em função do Rio São Francisco. Diversas pessoas usufruem desse recurso hídrico diariamente para atender suas necessidades sejam elas profissionais ou até mesmo de lazer. Banhar-se nas águas do Velho Chico é purificar a alma.

O Rio
São Francisco banha cinco estados, recebendo água de 90 afluentes pela margem direita e 78 afluentes pela margem esquerda, num total de 168 afluentes, sendo 99 deles perenes. É um rio de grande importância econômica, social e cultural para os estados que atravessa. Folcloricamente, é citado em várias canções e há muitas lendas em torno das carrancas que até hoje persistem.

Economia
O rio São Francisco é também o maior responsável pela prosperidade de suas áreas ribeirinhas compreendidas pela dominação de Vale do São Francisco, onde cidades experimentaram maior crescimento e progresso como Petrolina em Pernambuco e Juazeiro na Bahia devido a agricultura irrigada. Essa região apresenta-se atualmente como a maior produtora de frutas tropicais do país, recebendo atenção especial, também, a produção de vinho, em uma das poucas regiões do mundo que obtêm duas safras anuais de uvas.

A Ponte
A ponte que liga os municípios de Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro na Bahia. Foi construída na década de 1950. Tem um tráfego diário de cerca de 35 mil veículos e extensão de 801 metros sobre o Rio São Francisco. A Presidente Dutra foi a segunda ponte em concreto com fios ou cabos de aço especiais de protensão do Brasil.

Energia
Uma das maiores e mais importante Usina Hidrelétrica do Brasil está na região. A Usina Hidrelétrica de Sobradinho está localizada nos municípios de Sobradinho e Casa Nova, estado da Bahia, a 40 km das cidades de Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco) e distante, aproximadamente 470 km do complexo hidroenergético de Paulo Afonso. A usina tem uma potência instalada de 1.050.000 kW (1.050 MW) e conta com 6 máquinas geradoras.

A Usina está posicionada no rio São Francisco a 748 km de sua foz, possuindo, além da função de geração de energia elétrica, a de principal fonte de regularização dos recursos hídricos da região. Enquanto você não pode ir visitar essa terra maravilhosa, desfrute das poéticas fotos de Biel Fagundes. Bom passeio!

As Barquinhas. Estas embarcações são responsáveis por transportar cerca de 2mil pessoas por dia entre as cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). Momento exato em que elas se cruzam. Foto: Biel Fagundes/Divulgação - Rafael Brito
<span> <span style=font family arial helvetica sans serif font size 10pt>As Barquinhas Estas embarcações são responsáveis por transportar cerca de 2mil pessoas por dia entre as cidades de Juazeiro BA e Petrolina PE Momento exato em que elas se cruzam Foto Biel FagundesDivulgação Rafael Brito<span>
Barco de passageiros atravessa o Rio São Francisco em direção a cidade de Petrolina (PE). Ao fundo a cidade de Juazeiro (BA). Foto: Biel Fagundes/Divulgação - Rafael Brito
<span> <span style=font family arial helvetica sans serif font size 10pt>Barco de passageiros atravessa o Rio São Francisco em direção a cidade de Petrolina PE Ao fundo a cidade de Juazeiro BA Foto Biel FagundesDivulgação Rafael Brito<span>
Cena pouco vista na região. A chuva chegando nessa região que pouco chove durante o ano. Foto: Biel Fagundes/Divulgação - Rafael Brito
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Dois simbolos importantes da região das cidades de Juazeiro e Petrolina O cactus, símbolo da seca e a Ponte Presidente Dutra ao fundo. Foto: Biel Fagundes/Divulgação - Rafael Brito
<span> <span style=font family arial helvetica sans serif font size 10pt>Dois simbolos importantes da região das cidades de Juazeiro e Petrolina O cactus símbolo da seca e a Ponte Presidente Dutra ao fundo Foto Biel FagundesDivulgação Rafael Brito<span>
Fotografia noturna das duas cidades. Do lado esquerdo Petrolina, estado do Pernambuco e do lado direito Juazeiro, estado da Bahia. Ao meio o Rio Velho Chico. Foto: Biel Fagundes/Divulgação - Rafael Brito
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Garoto pratica slackline na beira do Rio. Foto: Biel Fagundes/Divulgação - Rafael Brito
<span> <span style=font family arial helvetica sans serif font size 10pt>Garoto pratica slackline na beira do Rio Foto Biel FagundesDivulgação Rafael Brito<span>
Lindo por do sol no Vale do São Francisco. Foto: Biel Fagundes/Divulgação - Rafael Brito
<span> <span style=font family arial helvetica sans serif font size 10pt>Lindo pôr do sol no Vale do São Francisco Foto Biel FagundesDivulgação Rafael Brito<span>
O menino do Rio. Garoto posa para a foto enquanto banhava-se nas águas do Velho Chico. Foto: Biel Fagundes/Divulgação - Rafael Brito
<span> <span style=font family arial helvetica sans serif font size 10pt>O menino do Rio Garoto posa para a foto enquanto banhava se nas águas do Velho Chico Foto Biel FagundesDivulgação Rafael Brito<span>
Os meninos do Rio. Imagem muito clássica em um momento em que dois meninos brincam nas águas do Rio São Francisco (Velho Chico). Foto: Biel Fagundes/Divulgação - Rafael Brito
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Símbolos característicos do sertão registrados de uma forma poética pelo artista. Um lindo pôr do sol enriquecido com os contornos do cactus, pertencente a vegetação local. Foto: Biel Fagundes/Divulgação - Rafael Brito
<span> <span style=font family arial helvetica sans serif font size 10pt>Símbolos característicos do sertão registrados de uma forma poética pelo artista Um lindo pôr do sol enriquecido com os contornos do cactus pertencente a vegetação local Foto Biel FagundesDivulgação Rafael Brito<span>
Todos os dias por volta das 17pm pássaros voltam para seus habitats proporcionando uma linda imagem. Foto: Biel Fagundes/Divulgação - Rafael Brito
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Um lindo pôr do Sol com o contra-luz da vegetação nativa. Foto: Biel Fagundes/Divulgação - Rafael Brito
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A Presidente Dutra foi a segunda ponte em concreto protendido (concretos com fios ou cabos de aco especiais de proteção) do Brasil. Foto: Biel Fagundes/Divulgação - Rafael Brito
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Apoio
O fotógrafo Biel Fagundes busca apoio de instituições para viabilizar a realização de uma exposição poética e social “Vale Ouro”. Quem quiser conhecer um pouco mais desse e de outros projetos do fotógrafo podem entrar em contato pelos telefones (71) 99268 1579 ou (14) 99845 2606.