Em funcionamento desde abril, a Piscina Olímpica da Bahia, construída pelo Governo do Estado na Avenida Bonocô, na capital baiana, já está sendo utilizada por atletas de alto rendimento, como o campeão mundial de maratona aquática, Allan do Carmo, e a atleta paralímpica Verônica Almeida. Ambos vão representar o Brasil nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.
Registrada no Guinness Book como a atleta mais rápida a nadar 10 quilômetros em mar aberto com apenas um braço, Verônica já sente a melhora no rendimento com a preparação na piscina olímpica. “É uma piscina bastante rápida, tem uma profundidade ideal, feita para competições internacionais. Para mim, está sendo muito importante [o treinamento]. Sou atleta de provas rápidas, nado 50 metros borboleta e 100 metros peito, e treinar nessa piscina está sendo de suma importância para o que eu vou fazer lá no Rio. Hoje, com um mês de treinamento aqui, eu já melhorei muito”.
Para a nadadora, um estado como a Bahia, formador de nadadores campeões, precisava de uma piscina olímpica para formação de base. “As crianças têm se inspirado nos atletas e se motivado com a piscina. Elas veem este equipamento e se dedicam mais, dizem ‘eu quero chegar lá’. Não é simplesmente chegar aqui e cair na piscina, é para uma galera que quer se dedicar. Eu acredito muito que vão sair novos nadadores daqui”.
Verônica também destaca a importância do apoio do Estado ao atleta. “A Bahia tem um projeto que é o FazAtleta, super-além do que é oferecido em outras capitais, outras cidades. É o que me dá suporte. Eu conto com esse programa e sem ele não teria chegado ao Rio. Agora é manter a calma. Tenho cobranças, estou muito ansiosa. É minha terceira paralimpíada, já fui para Pequim e Londres, mas nada como nadar aqui, que tenho a torcida do Brasil”.
Legado olímpico
De acordo com o diretor da Superintendência dos Desportos do Estado (Sudesb), Elias Dourado, a Piscina Olímpica da Bahia é parte de um centro nacional de treinamento de natação. “É um equipamento de última geração para a natação brasileira. Nós estaremos nos próximos dias discutindo com a Confederação Brasileira de Natação e a Confederação Baiana de Desporto Aquático parcerias para viabilizar o alto rendimento. Nós vamos receber as seleções brasileiras e internacionais de polo aquático e nado sincronizado, além de natação. Ao lado disso, temos uma piscina de 25 metros que será utilizada para iniciação esportiva de crianças e jovens das áreas periféricas, das escolas públicas”.
Elias Dourado acrescenta que “a Bahia desponta agora em uma nova situação dentro daquilo que podemos chamar de legado olímpico. Teremos dez jogos de futebol masculinos e femininos na Fonte Nova. Temos o Centro Pan-Americano de Judô, o melhor das Américas, com capacidade para duas mil pessoas, climatizado e preparado para diversas modalidades. Temos o Ginásio de Cajazeiras, que serve ao futsal, vôlei, basquete e handebol. Então, temos equipamentos que permitem ao esporte baiano buscar o seu protagonismo”.