São Paulo – Nos últimos anos, a holding J&F, que controla a JBS, pagou R$ 2,1 milhões em patrocínio ao Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), que tem como um dos sócios o ministro do STF Gilmar Mendes. A informação é da Folha de S.Paulo.
O IDP foi questionado pelo jornal, e afirmou ter devolvido R$ 650 mil no dia 29 de maio, após a divulgação do acordo de delação premiada de Joesley Batista.
Segundo o Instituto, o dinheiro do patrocínio da JBS foi destinado a cinco eventos, além do financiamento de um grupo de estudos em Direito do Trabalho e do pagamento de “bolsas de estudos de estudantes carentes e egressos do sistema prisional”.
Um dos cinco eventos em que o dinheiro foi utilizado foi um congresso em Portugal, do qual participaram juízes, ministros do governo Michel Temer, advogados e políticos.
Já a JBS informou ao jornal ter gastado R$ 1,45 milhão desde 2015, sem mencionar a devolução de R$ 650 mil.
Outro lado
O IDP afirmou ao jornal que até a delação, “a conduta das empresas do grupo J&F era considerada exemplar”.
“As ofertas de patrocínio, para qualquer empresa, são formuladas pela administração e pelo jurídico do IDP, por escrito. A exposição da marca é sempre decisão unilateral do patrocinador”, disse o instituto.
Por meio da assessoria, Gilmar disse que “não é, nem nunca foi, administrador do IDP. Sendo assim, não há como se manifestar sobre questões relativas à administração do instituto”.
Já a assessoria da JBS não respondeu a várias questões do jornal: quem fez os pedidos em nome do IDP, se houve solicitação por aparte de Gilmar Mendes e se a empresa também patrocina eventos de outras faculdades.
(*Informações do Exame)