Produtores do Distrito de Irrigação Nupeba e moradores de São José do Rio Grande, localidade do município de Riachão das Neves (a 899 km de Salvador), reclamam de prejuízos por causa da precariedade da BA-449, estrada que liga o povoado e o projeto irrigado até a BR-135.
“Nosso distrito tem pouco mais de 20% de ocupação e produção da sua capacidade total”, diz o presidente do Conselho Administrativo do Distrito de Irrigação Nupeba e Riacho Grande (DNR), Lindomar Barbosa de Souza.
O projeto foi concebido, executado e entregue à comunidade pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) há cerca de 14 anos.
Para Lindomar Barbosa, a estrada já deveria estar asfaltada, para tornar os projetos mais atrativos e aumentar a taxa de ocupação. “Novos investidores vêm e muitos gostam da terra e da facilidade para irrigação, mas desistem quando avaliam as condições de acesso, por onde vai escoar a produção de frutas”, afirma.
Perda
O agricultor Sócrates Alcântara da Silva, 32 anos, produz bananas em 25 hectares e diz que, embora a qualidade seja a mesma dos bananicultores de Bom Jesus da Lapa, os compradores só pagam 20% menos. “Essa é a estimativa de perda na qualidade das frutas depois de passarem por esta estrada”, lamenta.
Ele afirma que o presidente da Codevasf (Elmo Vaz) esteve no local em 2012 e prometeu se empenhar para resolver o problema da estrada. “Mas, até hoje, não houve nada neste sentido”, diz, indignado.
Conforme Sócrates, os cálculos de perdas com a estrada apontam para R$ 56 mil ao ano. “É muito para quem gasta, em média, entre 25 a 30 mil para implantar um hectare de banana irrigada”, enfatiza. A Tarde