A Empresa Baiana de Águas e Esgotos S/A – Embasa deixou de falar nas obras sob sua responsabilidade do esgotamento sanitário de Barreiras e, muito menos, da dinheirama que já foi aplicada.
O financiamento inicial para tocar o empreendimento, orçado dentro de uma planilha de custos que autoridades no assunto taxaram de excessiva, acabou.
Interessante é frisar que o conjunto da obra está muito distante de sua conclusão e outro aporte foi providenciado, de pouco mais de vinte e oito milhões de reais, acrescidos dos nove milhões que a empresa dizia que não foi aplicado, o que totaliza trinta e sete milhões de reais, valor a ser gasto até a conclusão.
Como especialistas no assunto garantem que a construção do esgotamento não alcançou ainda cinquenta por cento do seu total, é fácil imaginar-se que nem com milagre inauguraremos a obra, ou seja, muito mais dinheiro a Embasa terá que conseguir.
Nem na matemática, uma ciência exata, poderemos explicar o estouro (ou estouros) dos orçamentos da Embasa. Pode-se imaginar, no frigir dos ovos, sem medo de errar, que a aplicação das verbas no empreendimento, ao longo do tempo, ou foram mal planejados ou, em último caso sido direcionados a obras em municípios vizinhos, pois é prática comum da empresa socorrer o que faz noutras comunas.
A falta de transparência dos gestores das verbas públicas nunca foi novidade e, neste caso, como em vários outros, o procedimento é recíproco. E não há nenhuma referência de como a Embasa gastou tanto dinheiro! O povo, que merece constitucionalmente uma satisfação, jamais obteve tais informações.
Outro fato que nos intriga é a insistência da concessionária em começar a cobrar a famigerada taxa de oitenta por centro sobre o consumo de água, como remuneração pelo esgotamento sanitário. Na Câmara de Vereadores presenciei mulheres moradoras do bairro de São Sebastião, exibindo contas com os oitenta por cento de acréscimo, que estavam chorando e garantindo que não poderão pagar.
Saliente-se, ainda, que numa palestra do presidente da Embasa este falou que a cobrança da taxa é para financiar a obra, como se não houvesse um orçamento preliminar prevendo tudo a ser gasto. Ou este senhor quer zombar da inteligência do nosso povo? A Lei diz que as taxas de esgotamento só poderão ser cobradas “após a conclusão total do empreendimento”.
Mas mesmo que a Embasa nade em dinheiro, não acredito que conclua o esgotamento neste ano eleitoral, pois isso implicaria na imediata cobrança da taxa de oitenta por cento, com consequência mais do que danosa ao candidato do governo.
Por Itapuan Cunha