O Fórum “Custos de produção: entraves ao desenvolvimento agrícola nacional”, do Canal Rural abriu, na tarde de ontem (27), o cronograma de palestras e debates da Bahia Farm Show 2014. As ameaças à lucratividade, competitividade e o crescimento da produção agrícola da região Oeste da Bahia pontuaram as discussões, que contou com a participação do presidente da feira e da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Júlio Cézar Busato, e do futuro do presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e presidente da Federação da Agricultura do Estado da Bahia (FAEB), João Martins.
Durante o evento, Júlio Busato diz que o custo médio da produção de soja está em R$ 2mil por hectare, sendo 35% referente a fertilizantes, 30% agrotóxicos e 12% logística. Para o milho os valores estão em torno de R$ 3,5 mil por hectare, mantendo a mesma composição de soja. Já a algodão é a mais cara, com o custo de R$ 6 mil por hectare, investidos principalmente em defensivos. “O incremento das áreas e o surgimento de novas pragas como a mosca branca e Helicoverpa provocaram a necessidade de uma maior quantidade de fertilizantes e inseticidas”.
Entre os fatores que elevam o custo de produção, merece destaque a infraestrutura logística que, sozinha, eleva em 25% os custos totais. Para João Martins, o maior custo para o agricultor é causado pelo impacto da logística e precisa ser resolvido com urgência, e acredita ainda que o governo não consegue acompanhar o crescimento da produção. “O Oeste da Bahia precisa resolver o seu maior entrave, como a entrega de defensivos e explorar a hidrovia, pois o custo de produção não deve está focado no setor produtivo”, evidencia.
Também participaram das discussões o secretário do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Seneri Paludo, e os representantes da Cepea, Esalq e USP, Mauro Osaki e da Farsul, Antonio de Luz. A Bahia Farm Show é organizada pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), juntamente com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Fundação Bahia, Associação dos Revendedores de Máquinas e Equipamentos Agrícolas do Oeste da Bahia (Assomiba) e Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães.