Leitura: 3 minutos
Eduardo Salles e Júlio Busato. Foto: Divulgação
<span> <span style=font family arial helvetica sans serif font size 10pt>Eduardo Salles e Júlio Busato Foto Divulgação<span>

Relatar as dificuldades causadas pela longa estiagem que vem ocorrendo no oeste da Bahia nos últimos anos, especificamente nesta safra, e solicitar apoio para prorrogar as dívidas dos agricultores foi a pauta do deputado estadual Eduardo Salles e o presidente da AIBA (Associação dos Agricultores Irrigantes da Bahia), Júlio Busato, nesta segunda-feira (9), em Brasília, com o ministro da Integração Nacional, Josélio de Andrade Moura.

O pedido principal de Salles e Busato ao ministro foi que ele interceda no Ministério da Fazenda para que o CMN (Conselho Monetário Nacional), por meio de resolução, permita a prorrogação automática das dívidas do custeio da safra 2015/16 por cinco anos e das parcelas de investimentos que vencem em 2016 e 2017, independente da fonte de recursos, e também que os agricultores que tenham suas dívidas prorrogadas tenham prioridade na liberação dos financiamentos de custeio da nova safra 2016/17.

A AIBA e outras associação de agricultores já se reuniram com as instituições financeiras ao longo do último mês e pactuaram a liberação do crédito rotativo automático do custeio da nova safra aos produtores, tendo como contrapartida a quitação de seus débitos no vencimento dos custeios da safra passada.

Porém, muitos produtores alegam não ter condição de fazê-lo e outros possuem também parcelas de investimentos que vão vencer. Outra preocupação de Salles e Busato externada ao ministro é que o atraso do pagamento das dívidas pode implicar em problemas futuros para novos créditos a produtores que ficarem inadimplentes.

O ministro informou que para ajudar precisaria uma justificativa técnica da SEAGRI (Secretaria Estadual de Agricultura) confirmando as perdas no oeste da Bahia em função da seca.

No escritório de representação da Bahia em Brasília, Salles e Busato se reuniram com o secretário estadual da Casa Civil, Bruno Dauster, e o coordenador do Escritório, Jonas Paulo. Eles ligaram para o secretário estadual de Agricultura, Vítor Bonfim.

“Rapidamente o secretário se prontificou e encaminhou o ofício da SEAGRI com a nota técnica, que foi entregue ao ministro. Josélio Moura vai encaminhar nosso pedido ao Ministério da Fazenda para que na reunião que ocorre no final deste mês o CMN já seja analisada a prorrogação das dívidas”, revelou Eduardo Salles.

ESTIAGEM

A falta de chuva causou prejuízos aos agricultores. Na última reunião do conselho técnico da AIBA, ocorrida em abril, a estimativa de perdas da soja, milho e algodão foi de 37,5%, 30% e 35%, respectivamente.

Júlio Busato afirmou que o volume de chuvas na região durante o período foi de 900 milímetros, mas a média é de 1.500 milímetros. “Em termos econômicos, a perda de receita dessa safra deverá alcançar R$ 3,2 bilhões e o prejuízo para os agricultores chegar a R$ 1 bilhão”, revelou o presidente da AIBA.

Os problemas dos agricultores não se restringiram à diminuição das chuvas. A baixa pluviosidade obrigou os produtores a gastarem mais recursos com insumos para combater pragas como mosca branca e bicudo do algodoeiro.

“O efeito climático, somado ao aumento dos custos de produção, a desvalorização do Real e a quebra de seguidas safras elevaram o endividamento de muitos produtores”, explicou Busato.

Eduardo Salles chamou a atenção do ministro da necessidade de o governo federal ajudar a região que é uma das maiores produtoras agrícolas do país. “Prejuízos deste tamanho causam problemas sociais porque diminui a circulação de dinheiro e ocorre desemprego, de forma direta e indireta, no comércio, setor de transporte e de profissionais liberais”, disse o parlamentar.