São João, Santo Antônio e São Pedro chegaram mais cedo este ano. Eles foram conduzidos pela ‘Patrulha do Bem’, nesta terça-feira (7), para transformar o Lar Franciscano Santa Isabel, no bairro da Saúde, em Salvador, em um arraial. O grupo de teatro da Polícia Militar da Bahia (PMBA) foi criado, há dois anos, por servidores que, nas horas vagas, são voluntários e levam alegria a instituições e comunidades carentes.
Amanda Felix, a mais idosa da casa, tem 105 anos, e nem mesmo a cadeira de rodas a impediu de dançar quadrilha. Maria José Erdans, 80, também uma cadeirante, é a mais vaidosa, adora se produzir e não perdeu o forró. Já Maria Amélia Fonseca, 87, chegou há apenas um mês, já se sente em casa e foi a que mais dançou.
Quem também se divertiu foi ‘seu’ Raimundo Pontes Telles, 88. Ele é primo de irmã Dulce e mora há 22 anos na instituição da qual já foi diretor. “Estamos em casa e em festa, tendo a oportunidade de [aproveitar] esse momento proporcionado por este grupo de militares. Eu tenho dois netos que são militares”.
Afetividade e amor ao próximo
Segundo o capitão da Polícia Militar Elton Santana, diretor do projeto ‘Patrulha do Bem’, eles estão utilizando a arte como forma de socializar e ressocializar. “Estarmos aqui de forma voluntária é um presente, trazendo um pouco de alegria, despertando afetividade e amor ao próximo”.
De acordo com ele, o ‘Patrulha do Bem’ é um projeto que já está no segundo ano, foi idealizado pelo comandante-geral da PM, coronel Anselmo Brandão, e produzido pela equipe de comunicação social com a participação da banda de música. “Quem tiver interesse em convidar o grupo de teatro basta entrar em contato com o [Departamento de] Comunicação Social, pelo telefone 3117-4453, e agendar. Com certeza estaremos lá”.
A gerontóloga e coordenadora do Lar Franciscano, Graça Senna, diz que o trabalho oferecido pela Polícia Militar é uma das melhores ações que a casa pode receber. “Traz alegria, convivência com outras pessoas da sociedade e também essa nova imagem que a PM está construindo, já que a sociedade sempre viu a polícia com uma certa distância”.
Para ela, “trazer a PM com alegria, teatro, dança, como pessoas e cidadãos, é muito bom. É o que precisamos aqui, esta troca de experiência”. Graça Senna também fala sobre a condição dos moradores. “A velhice é um mito da sociedade, os idosos são cidadãos que precisam ser felizes, brincar, passear e dançar”.