O Parque Tecnológico da Bahia, em Salvador, agora é sede de projeto de pesquisa em saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A parceria entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), e a instituição foi firmada oficialmente na tarde desta sexta-feira (29), com a assinatura do termo de cessão de três salas do parque.
No local ficará o Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (CIDSS), como é nomeado o projeto. A partir da assinatura, a Fiocruz vai iniciar a reforma e a adaptação do espaço para receber os equipamentos. Surgido na Bahia, o projeto é resultado de uma parceria com outras instituições importantes no eixo da pesquisa e tecnologia, como a Universidade Federal da Bahia (Ufba) e o Senai-Cimatec.
O CIDSS vai abrigar pesquisadores de diferentes campos da pesquisa em saúde, que vão processar dados de 100 milhões de brasileiros. A computação de alta velocidade será utilizada pelos pesquisadores para cruzar as informações da base de dados do Sistema Único de Saúde (SUS) e proteger as informações de todos os pacientes que serão estudados.
De acordo com Maurício Barreto, pesquisador da Fiocruz, a análise desses dados e os diferentes métodos utilizados abrem inúmeras possibilidades de investigação. “Além de processar em alta velocidade um volume muito grande de dados, é possível também explorar outras questões como, por exemplo, os efeitos que políticas sociais têm tido no âmbito da saúde. Isso significa dizer que é possível explorar como diferentes programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, estão tendo efeito sobre a saúde da população brasileira”, explica Barreto.
Tradição em pesquisa
Segundo o diretor da Fundação Oswaldo Cruz na Bahia, Manoel Barral Netto, a instalação do centro no Parque Tecnológica é estratégica também por conta da proximidade com o supercomputador do Senai-Cimatec. “Essa é uma expansão do trabalho que desenvolvemos no estado da Bahia, onde temos uma unidade da Fiocruz instalada. Estar no Parque aproxima a fundação de outros parceiros que estão trabalhando também com o processamento de grandes dados, mesmo que seja com outro foco. É a construção de um interessante espaço geográfico de tratamento de grandes dados com diferentes perguntas”, comenta o diretor.
Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Manoel Mendonça, a instalação do projeto no Parque consagra a tradição em pesquisa na área de saúde na Bahia, além de promover o desenvolvimento de importantes ferramentas no âmbito nacional. “Sob a perspectiva do Parque, queremos criar o que chamamos de ‘áreas de atrito’, no melhor sentido da palavra. Queremos trazer pesquisadores de várias origens e de várias formações para trabalhar juntos e criar coisas novas para a sociedades baiana e brasileira”, comemora Mendonça.