Dívidas, excessos de gastos e falta de dinheiro podem comprometer o bem-estar das pessoas. De acordo com o último levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), quase 60 milhões de brasileiros estão negativados no País. Ou seja, 39,91% da população com idade entre 19 e 95 anos.
E, se levado em consideração o cenário econômico, os números podem aumentar caso não haja cautela. Sendo assim, em tempos de recessão a ordem é o gerenciamento das finanças pessoais.
Para Hélio Donin Jr., diretor da Donin Contabilidade, os números têm relação com o período de estagnação, pois uma parcela considerável da população ficou desempregada. Porém, ele avalia que é, também, uma questão de hábito do brasileiro, visto que não há uma cultura de se fazer planejamento de finanças.
Segundo o profissional, a mudança pode começar com o controle dos gastos. “Esse é um momento muito delicado, o qual exige mais cautela. É muito comum as pessoas não terem tanto domínio do que se ganha e, principalmente, do que se gasta. Porém, com essa recessão é necessário um olhar mais atento para gerenciar bem as receitas e despesas”, aconselha.
Donin ainda indica que outro vilão do endividamento é o cartão de crédito. O especialista afirma que se não tiver um uso adequado, ele pode ser mais um motivo de “dor de cabeça”.
“O ideal é que o cartão seja utilizado para compras de valor mais alto, pois há a possibilidade de parcelamento sem juros, isso caso o consumidor não disponha de dinheiro para o pagamento à vista. Mas é preciso que o comprador tenha ciência do valor da parcela e avalie se ele poderá arcar com esse custo, do contrário, ao invés de ser beneficiado, terá problemas com juros altos e até acúmulo das prestações”, pondera.
Abaixo, Donin Jr. lista algumas dicas do que pode ser feito para organizar as finanças pessoais:
Anotar diariamente em uma planilha ou caderno todas as despesas, mesmo que seja uma bala. No final do mês contabilizar tudo o que foi gasto. Isso vai ajudar na hora de saber o que pode ser cortado, reduzido ou o que foi feito de forma demasiada;
Evite compras parceladas a prazo. Junte o dinheiro antes e compre à vista com desconto;
Se tiver dívidas com cartão, veja se pode renegociar com taxas de juros mais baixas. Uma alternativa é pegar um empréstimo com juros menores para quitar o cartão. Mas não faça mais despesas nele enquanto estiver pagando;
Evite compras em longo prazo, pois em momentos turbulentos é mais difícil prever o futuro;
Use a criatividade: luz – utilize lâmpadas LED, gás – migre para energia solar, telefone e TV a cabo – abuse das alternativas gratuitas pela internet;
Evite compras desnecessárias. Analise se realmente você precisa comprar ou consumir determinado produto ou serviço;
Opte por passeios em locais públicos, sem custo. E leve o lanche de casa.