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Serial killer Goias
Foto: Edilson Pelikano / Thiago Henrique, suposto serial Killer

O advogado do vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, 26 anos, suspeito de cometer uma série de assassinatos em Goiânia, o criminalista Thiago Húascar, deixou o caso ontem. Por volta das 14h a decisão já havia sido tomada, o motivo informado pelo advogado seria uma divergência no contrato de honorários advocatícios acordado entre ele e a mãe do suspeito, Sônia Gomes da Rocha.

A mãe do acusado teria discordado dos valores, os quais Húascar não quis informar, e já estaria acordando com outro defensor para o filho. “Sem defesa ele não ficará porque se a família não tiver condições de pagar um advogado, o Estado lhe fornecerá um defensor público. Por mais que ele esteja sendo acusado por uma série de crimes horríveis, todo cidadão tem o direito de defesa conforme a Constituição Federal” declara.

Sobre os cinco dias em que Húascar permaneceu como responsável pelo processo do seu ex-cliente, ele diz: “Foram cinco dias de trabalho intenso promovendo a defesa do acusado Tiago. Até durante a madrugada enquanto durou a oitiva da interrogativa dos crimes do qual ele está sendo acusado”, 

Acrescenta: “Esse é um trabalho delicado que envolve muitas emoções, sentimentos, por parte dos familiares das vítimas. É complexo em virtude de sua extensão, são vários inquéritos. É por isso que digo que para trabalhar nesse processo teria que haver uma exclusividade quase que total a qual tem que ser remunerada de igual forma”, justifica o afastamento do caso.

O criminalista Thiago Húscar, que há oito anos atua nesta área, reconhece que este é um caso que exige bastante “jogo de cintura” por parte da defesa junto ao réu e à Justiça. Explica ainda que depois que viu as provas balísticas, depoimento das testemunhas oculares, teria se sentido no dever de trazer para a sociedade uma verdade real dos fatos que ali estavam ocorrendo. 

“O interrogatório do acusado com o depoimento das testemunhas oculares têm sincronia e seguem uma lógica diante das provas. Ele realmente é o autor se não de todos os crimes, quase todos. Por isso a defesa seguiu a linha da imputabilidade que se trata de alguém que não tem o entendimento do caráter ilícito do fato”, constata. 

Observou que mesmo diante de tanta crueldade que deixou o país perplexo com a onda de crimes envolvendo mulheres com idade entre 13 e 29 anos, na capital, em momento algum o acusado Tiago Rocha, descreve Húscar, esboçou algum sentimento de arrependimento, o que o leva a seguir uma linha de imputabilidade por parte do réu.

“Esse foi um caso de grande importância para mim pela gravidade da situação e de relevância para a sociedade, mas a mãe dele (Tiago Rocha) disse que não tinha condições de pagar”, reafirma os motivos que o levaram a não continuar no caso. Sobre como se dará esse desfecho, ele prefere não opinar e diz, “a justiça é que vai decidir”, conclui.

Assassinatos

Preso na última terça-feira (14), Thiago Rocha é o principal suspeito de ter assassinato 16 mulheres mortas em sequência em Goiânia, sendo iniciadas em janeiro deste ano. O vigilante teria confirmado a autoria de crimes os quais vitimaram homossexuais e moradores de rua. Tiago é suspeito de ser o responsável por 39 mortes na capital.

(*Informações do Diário da Manhã)