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Projeto da Unimontes revela história e hábitos dos animais nativos do Cerrado

Público pode conhecer mais sobre as espécies e sua importância para o ecossistema em espaço permanente aberto no Museu Regional do Norte de Minas Com o objetivo de estudar as espécies nativas, o projeto ‘‘Fauna Conhecida, Fauna Preservada” – www.fcfp.unimontes.br –, do curso de Ciências Biológicas, a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) associou-se ao […]

Público pode conhecer mais sobre as espécies e sua importância para o ecossistema em espaço permanente aberto no Museu Regional do Norte de Minas

Tamanduá mirim é uma das espécies em exposição no Museu Regional. Foto: Alex Sezko
Tamanduá mirim é uma das espécies em exposição no Museu Regional. Foto: Alex Sezko

Com o objetivo de estudar as espécies nativas, o projeto ‘‘Fauna Conhecida, Fauna Preservada” – www.fcfp.unimontes.br –, do curso de Ciências Biológicas, a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) associou-se ao Museu Regional do Norte de Minas (MRNM) para levar ao conhecimento do público detalhes sobre a história e os hábitos de animais de pequeno, médio e grande portes na região e a importância de cada um deles na cadeia alimentar e no equilíbrio de ecossistemas como o Cerrado.

A técnica aplicada aos exemplares é a da Taxidermia, com animais mortos a partir de doações de organismos oficiais de fiscalização como o Ibama e a Polícia Militar de Meio Ambiente. A exposição está aberta à visitação no Museu Regional da Unimontes, com entrada franca. Para as escolas, é necessário o agendamento prévio para a visita de turmas completas.

“Trabalho com a Taxidermia, que consiste na técnica de empalhar animais, com objetivos científicos, pedagógicos e preservacionistas”, explica o professor Vicente Ferreira de Almeida, responsável pela organização do acervo desde 2009 e coordenador do projeto. Ele quem fez a doação dos animais empalhados ao museu. “Os animais chegam às dependências do Ibama após apreensões da Polícia de Meio Ambiente em flagrante de contrabandistas, pescadores irregulares ou mesmo caçadores”, relata.

Acervo

Neste primeiro momento, o acervo conta com 22 espécies, com proposta de ampliá-lo a partir da adaptação do mobiliário. A de maior porte é o lobo-guará, com cerca de 80 centímetros.

Há, também, exemplares do tamanduá mirim, cachorro-do-mato, caninana e cascavel (espécies de cobras), teiú (lagarto), tucano, paca e os macacos bugio (Guariba) e prego, guaxinim (“Mão Pelada”), jacaré-anão, suindara e mocho (espécies de coruja), raposa do campo, seriema, tatu, mico estrela e veado catingueiro, além dos felinos como o gato-mourisco e o gato-do-mato.

Espécies são submetidas à técnica da Taxidermia. Foto: Alex Sezko
Espécies são submetidas à técnica da Taxidermia. Foto: Alex Sezko

“Cerca de 60% destes animais estão seriamente ameaçados de extinção por vários motivos como a caça predatória, incêndios criminosos e, principalmente, pela degradação ambiental. Com a redução das áreas nativas, os animais perdem os seus habitats naturais e se tornam presas fáceis”, diz Almeida.

Segundo o professor, a arara canindé, também exposta no museu, está entre os animais mais ameaçados na área do Cerrado norte-mineiro. “Dificilmente encontramos um ninho de arara, o que comprova a drástica redução do número de espécimes em nossa região”, acrescenta Almeida.

O reitor da Unimontes, professor João dos Reis Canela, destaca a exposição como uma “oportunidade excepcional de disseminar a educação ambiental, a partir de um trabalho acadêmico de grande relevância coordenado pelo professor Vicente Ferreira de Almeida”.

Exemplares do Velho Chico

Nas próximas semanas, o coordenador levará ao museu, também para exposição permanente, exemplares de peixes da Bacia do Rio São Francisco, como surubim, piranha e dourado, dentre outros – todos empalhados.

Em todos os casos, a preparação dos animais até o ponto de exposição é lenta. A preparação demora, em média, 15 dias, com a retirada das vísceras, recomposições de pelo, pele, crânio, escamas e patas diante de algum trauma, além das aplicações e introdução de produtos específicos para a conservação, como o formol e a serragem.

Para a diretora do museu, professora Marina Ribeiro Queiroz, este novo acervo será determinante como instrumento de educação ambiental, ao proporcionar à comunidade a possibilidade de conhecer e estudar espécies nativas do cerrado. “A perspectiva é de desenvolver projetos educativos, com palestras e visitações de estudantes de escolas regionais como forma de reforçar as noções de respeito ao meio ambiente e à vida”, afirma.

O professor Vicente Almeida lembra que o projeto ‘‘Fauna Conhecida, Fauna Preservada” conta, ainda, com mais 30 animais já empalhados de outros biomas como a Mata Atlântica e a Caatinga. Outras 40 espécies, que são conservadas sob congelamento, estão em processo de empalhamento. A cabeça do leão Penedo, que durante anos foi símbolo do Zoológico Municipal de Montes Claros, também faz parte do acervo do projeto.

“Um dos objetivos do projeto é a criação de um centro de estudos da fauna do Norte de Minas Gerais, com um amplo acervo de espécimes, visando a implantação do Museu de Ciências Naturais do Norte de Minas”, finaliza o professor Vicente Almeida.

Serviço/Museu Regional do Norte de Minas
Exposição Animais do Cerrado: 1º piso
Entrada: gratuita
Endereço: Rua Coronel Celestino 75, Centro Histórico de Montes Claros
Informações: (38) 3229-8590
e-mail: [email protected]
Funcionamento: dias úteis e sábado, de 8 às 17h30; segundo domingo de cada mês, de 9 às 13 horas
Observação: as visitas são guiadas com o auxílio de monitores

Da Folha Geral, em Salvador*

*Com colaboração de (agência, assessoria ou especialista)

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