De manhã, atividades comuns de aulas escolares: ensinos de Matemática, Física, Química, Geografia, História, Biologia, Português. À tarde, o que parecia uma rotina de adolescentes se transforma nas ocupações do mundo adulto: funções e hierarquias de empresa; criação, produção e comercialização de produtos; como angariar clientes e patrocinadores.
Essa foi a realidade de alunos de 120 escolas que participaram do projeto Meu Primeiro Negócio, cuja segunda seleção está com inscrições abertas até 11 de fevereiro de 2018.
A iniciativa é do Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) e a da Secretaria de Estado de Educação (SEE). A chamada vai selecionar até 650 escolas públicas de Minas Gerais que tenham interesse em executar, como atividade extracurricular, no contraturno escolar, as ações de formação empreendedora para estudantes do ensino médio durante 2018.
Na Escola Estadual Francisco Menezes Filho, de Belo Horizonte, onde Jesus Colen, professor de Educação Básica, foi voluntário do programa, o Meu Primeiro Negócio mudou até os planos futuros dos jovens envolvidos no projeto. Segundo Colen, o retorno que teve ao fim das 12 semanas de encontros foi a confissão de muitos dos meninos quanto ao impacto da iniciativa.
“Alguns meninos vieram me contar que mesmo mantendo ainda a escolha que já tinham feito a respeito da profissão que seguirão, a ideia que tiveram para não deixar adormecer tudo que aprenderam aqui era a de ter um trabalho, mas associá-lo com uma empresa própria também”, conta o professor.
Nesta escola da capital mineira, 20 jovens dedicaram três horas e meia, todas as semanas, a aprender e, ao mesmo tempo, exercer as funções de uma empresa.
A primeira tarefa foi a organização dos meninos em cargos: tinha presidente, diretores etc. Depois idealizaram como seria a empresa que eles queriam trabalhar. Por seguinte, já têm início as partes práticas. Pensar o produto que irão fabricar que, no caso, era um suporte para carregar celular na parede.
Também era papel dos meninos buscar nos seus círculos sociais acionistas e financiadores que desejavam investir na Cell Port s.a./e, nome que deram à empresa. Os alunos também precisaram ir à luta para vender os produtos.
O ciclo se encerra com o balanço da empresa para saber sobre lucros e prejuízos. Toda a cadeia produtiva e distributiva de uma empresa privada esteve contemplada no cronograma de ações do Meu Primeiro Negócio.
Colen enfatiza todos os aspectos positivos da primeira edição do projeto em Minas Gerais. “Além do aprendizado e da imersão no mundo do empreendedorismo, os ganhos também foram pessoais. Os jovens tiveram que romper limites, aprender a socializar, exercitar a comunicação, trocar ideias. Isso tudo, pude notar, que até remodelou a forma como se relacionam dentro da escola”.
Segunda seleção do Meu Primeiro Negócio
A atividade é executada em parceria com a Junior Achievement a partir do programa Miniempresa. A metodologia utilizada é baseada no método “aprender fazendo”, na qual jovens experimentam práticas em negócios, economia, gestão e operacionalização de empresas durante 12 semanas.
Cada escola selecionada tem um projeto no Meu Primeiro Negócio. O grupo de até 40 alunos trabalha de forma cooperativa, desenvolvendo um negócio. Na primeira edição do programa foram contempladas 120 escolas da rede estadual, sendo 57 Escolas Polo de Educação Múltipla (Polem), que participaram das atividades no segundo semestre de 2017.
As escolas interessadas em participar do Programa devem se cadastrar por meio de formulário eletrônico. O edital e o link de inscrições podem ser encontrados no endereço www.meuprimeironegocio.mg.gov.br. O prazo de inscrição vai até às 23h59 de 11 de fevereiro de 2018.