Três nações europeias – Reino Unido, Bélgica e Dinamarca – vão se unir à coalizão liderada pelos Estados Unidos contra as forças do Estado Islâmico. Os três países enviarão aviões e tropas para apoiar os ataques aéreos no Iraque.
Depois de um debate que durou quase sete horas, o Parlamento britânico aprovou, por 524 votos contra 43, a realização de ataques aéreos em território iraquiano. Esta é a terceira campanha militar britânica no Iraque desde 1991.
Seis jatos Tornado GR4, baseados na ilha de Chipre, ao sul da Turquia, estão a postos para iniciar os ataques. Forças especiais britânicas já estão atuando em terra para colher informações e identificar alvos.
Também hoje o Parlamento da Bélgica aprovou o envio de seis jatos F-16 e 120 militares para apoiar a ação no Iraque. A votação aconteceu depois que o país recebeu um pedido formal de ajuda dos Estados Unidos.
Na Dinamarca, a primeira-ministra Helle Thorning-Schmidt anunciou que enviará 250 militares, três jatos e quatro aviões pelo período de 12 meses. A moção ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento dinamarquês.
Ontem (25) a Holanda também anunciou que enviaria oito jatos F-16 e 380 soldados para ações somente em território iraquiano. “Não há acordo internacional sobre um mandato legal para operações militares na Síria”, enfatizou o primeiro-ministro holandês, Lodewijk Asscher.
A autorização aprovada pelo Parlamento britânico restringe a ação militar ao Iraque. O líder da oposição, Ed Miliband, já tinha anunciado que seu partido (Trabalhista) não apoiaria uma ação na Síria sem uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), já que não houve um pedido formal de ajuda por parte do governo sírio.
Mas o primeiro-ministro britânico, David Cameron, deixou claro durante o debate que não há barreira legal para que os ataques aéreos sejam ampliados. “Se tivermos que agir na Síria será pela defesa coletiva contra as ameaças do Estado Islâmico. Se estivermos evitando uma catástrofe humanitária, então poderemos agir”, afirmou. Cameron enfatizou que está preparado para ordenar uma intervenção na Síria, se houver “urgente necessidade humanitária”.
O primeiro-ministro britânico disse ainda que a campanha contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria pode demorar anos. “Esta é uma missão que vai durar não apenas meses, mas anos, mas eu acredito que temos que estar preparados para esse compromisso”.
*matéria ampliada para inclusão do 6º parágrafo
Por Giselle Garcia – Correspondente da Agência Brasil/EBC