O presidente Barack Obama afirmou que a tomada da cidade iraquiana de Ramadi, pelo Estado Islâmico foi um “retrocesso tático”, mas que a “guerra contra o grupo extremista não está perdida”. O Estado Islâmico avançou sobre Ramadi e anunciou ter conquistado também a cidade histórica síria de Palmira.
“Não acho que estamos perdendo”, disse ontem (21) o presidente em uma entrevista à revista The Atlantic, amplamente repercutida por outros veículos de comunicação nos Estados Unidos.
Ele admitiu que houve um revés das forças militares que atuam contra o Estado Islâmico na região, mas ponderou que a cidade de Ramadi era um ponto vulnerável da região. Desde agosto de 2014, a coligação liderada pelos Estados Unidos conseguiu atingir mais de 6 mil alvos do grupo extremista no Iraque e na Síria.
O Presidente norte-americano não enviou tropas para o Iraque, mas a queda de Ramadi levou alguns setores de oposição, especialmente Republicanos, e a imprensa a questionar a estratégia adotada por Obama.
Na entrevista, ele afirmou que as forças de segurança iraquianas necessitam de mais formação. “O treinamento das forças de segurança no Iraque, os prédios militares e o sistema de comando e controle não estão sendo suficientemente rápidos na região”, acrescentou Obama.
A presença militar dos norte-americanos em momentos anteriores foi bastante criticada, mas as declarações de Obama e o retorno do debate sobre a decisão do presidente de não enviar tropas ocorrem no mesmo dia em que as Forças Armadas dos Estados Unidos reconheceram, pela primeira vez, a existência de vítimas civis dos bombardeamentos que fizeram no Iraque e na Síria.
Em comunicado divulgado nessa quinta-feira, o general norte-americano James Terry reconheceu que um ataque lançado em Harim,Síria, em novembro de 2014, acabou atingindo e matando duas crianças sírias. “Lamentamos essas mortes, apesar de não terem sido intencionais”, afirmou o comunicado.
Leandra Felipe – Correspondente da Agência Brasil/EBC