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Com fronteiras fechadas, venezuelanos deixam de entrar em território brasileiro via Pacaraima

Maduro ordenou patrulhamento da região durante auge da crise da ajuda humanitária, no final do mês passado

fronteira brasil venezuela
Ilustração. Foto: Divulgação

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou no final do mês passado o fechamento da fronteira com o Brasil, afirmando que pensa em fazer o mesmo com a Colômbia. A decisão aconteceu 48 horas depois que a oposição, liderada por Juan Guaidó, tentou entrar com carregamentos de ajuda humanitária enviados pela comunidade internacional no país.

Maduro assegurava que a entrada da ajuda não seria permitida, entre outras coisas, porque eram “migalhas” e porque o país não vive uma crise humanitária, como asseguram os órgãos mundiais de direitos humanos, a imprensa internacional e a oposição. A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, chegou a dizer que a comida dos carregamentos era “cancerígena”. Dias depois, um dos caminhões que o Brasil enviou com ajuda humanitária entrou pela fronteira com Pacaraima, em Roraima, ao sul da Venezuela.

Maduro explicou em entrevista coletiva que a decisão de fechar a fronteira com o Brasil aconteceu por causa do apoio do governo brasileiro aos planos da oposição. O Palácio do Planalto, por sua vez, anunciou que seguirá adiante com o transporte aéreo de ajuda humanitária aos venezuelanos. Apesar disso, o vice-presidente, Hamilton Mourão, insistiu que as tropas brasileiras jamais cruzariam a fronteira à força.

“O Brasil tem, há muito tempo, o princípio de não interferência em assuntos internos de outros países. Então, sobre a base desse princípio, não faremos nenhuma incursão militar no território da Venezuela”, disse Mourão. “Só podemos ajudar a fazer com que nossa ajuda humanitária esteja disponível no nosso lado da fronteira para que os venezuelanos venham ao nosso país e a obtenha”, completou, em entrevista à rede britânica BBC.

Mourão ainda afirmou que, com o fechamento da fronteira, Maduro deseja evitar contato com a ajuda humanitária e o governo brasileiro. “Ele quer manter o país fechado, porque não acredito que ele acha que vamos cruzar a fronteira à força”, disse.

O último ato da fronteira entre Brasil e Venezuela, em Pacaraima, foi a deserção de dois sargentos da Guarda Nacional (GN) venezuelana, no final de fevereiro, que solicitaram refúgio na cidade brasileira. Ambos participaram da repressão contra manifestantes na região de Santa Elena, com um saldo de quatro mortos.

Depois, a Operação Acolhida, administrada pelo Exército brasileiro e que faz a recepção e a triagem dos venezuelanos que cruzam a fronteira fugindo da crise político-econômica, não registrou mais nenhum cruzamento.

Os venezuelanos que cruzaram a fronteira, no entanto, estão sendo levados para outros estados do Brasil por meio do “processo de interiorização”: de acordo com a Operação Acolhida, 234 venezuelanos que viviam em um dos abrigos de Boa Vista aderiram voluntariamente ao programa e foram levados da capital de Roraima para outros 13 municípios do país na metade deste mês. Outros preferiram seguir para outros estados, como Amazonas e Pará, além de uma transportadora para Rondônia que aceitou levar alguns para Porto Velho.

Conforme a Casa Civil estadual, responsável pelo processo, 3.900 pessoas participaram de 21 etapas do processo de abril a dezembro de 2018. Antes da viagem, todos os imigrantes recebem atendimento médico, são vacinados e documentados com CPF e carteira de trabalho. Os imigrantes seguiram de ônibus até o aeroporto de Boa Vista, onde um avião modelo C-767 da Força Aérea Brasileira (FAB) os esperava com destino ao Recife.

Natal e Caicó, no Rio Grande do Norte, São Paulo e Araçariguama, em São Paulo, e Goioerê, no Paraná, foram alguns dos outros destinos.

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