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Meu Saba. Foto: Pedro Fulgêncio
Meu Saba Foto Pedro Fulgêncio

Indicado em diversas categorias do Prêmio Cesgranrio de Teatro: Melhor Espetáculo, Melhor Direção, Melhor Cenografia e Melhor Iluminação (vencedora em Melhor Iluminação e Cenografia) e ao Prêmio Shell de Teatro de Melhor Iluminação, “Meu Saba” (em português: Meu Avô) – é o primeiro monólogo da atriz Clarissa Kahane, que reconta a história do ex-primeiro-ministro de Israel Yitzhak Rabin (1922-1995) e sua neta: Noa Ben-Artzi Pelossof, autora do livro “Em nome da dor e da esperança” (Editora Campus). Em 1994, Rabin recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seus feitos nos acordos de paz entre o Estado de Israel e a Palestina. No ano seguinte, foi assassinado por um judeu israelense que se opunha às negociações com os palestinos. Na obra, escrita 1 ano após a morte do avô, Noa relembra seu nascimento, sua infância na casa dele e suas conversas, a luta pela paz e as crises existenciais de uma adolescente em meio à guerra. “Meu Saba” estreou no Festival de Curitiba, fez temporadas no Rio de Janeiro e em São Paulo e agora aporta em Salvador, no Teatro SESI Rio Vermelho, dias 16 e 17/12, às 20h. Ingressos: R$ 20,00 (meia-entrada) e 40,00 (inteira).

“É uma grande honra ver que o meu livro está dando oportunidade para pessoas talentosas fazerem a sua arte e, com isso, manterem o legado do meu avô vivo para futuras gerações. É realmente tocante. Agradeço a vocês por me permitirem cumprir essa missão”, elogiou Noa.

O espetáculo se passa nos trinta segundos que a autora leva para se levantar e chegar ao palanque onde fará uma homenagem ao seu avô. Ela foi escolhida pela família para falar no dia do funeral de Yitzhak Rabin. Insegura, ela revive emoções em um jogo narrativo que mistura as lembranças da infância, marcada pela tragédia, resgatada pelo amor de sua família, o medo constante, o impacto caótico da guerra, o ódio de fora e também de dentro do país.

Meu Saba. Foto: Pedro Fulgêncio
Meu Saba Foto Pedro Fulgêncio

Encantada com o texto desde a primeira leitura – há mais de 10 anos – Clarissa Kahane ganhou o livro de sua avó, quando ainda era adolescente (aos 17), e decidiu, em parceria com o produtor Miguel Colker, levar esse relato emocionante para o teatro. A montagem tem direção de Daniel Herz e consultoria dramatúrgica de Evelyn Disitzer. Nesse trabalho, a atriz dá continuidade à parceria com o diretor Daniel Herz, com quem trabalhou em diversos projetos como atriz e diretora assistente.

“Na insegurança de uma jovem em enfrentar o mundo com a palavra, ela precisa enfrentar os fragmentos de uma convivência intensa e amorosa com seu avô. Num momento de tantas incertezas, tantos radicalismos macabros, encenar “Meu Saba” traz um alento, a possibilidade da coexistência pacífica na diferença”, diz o diretor Daniel Herz.

O cenário criado por Bia Junqueira é minimalista e estrutural. Uma caixa branca abriga vários tijolos organizados em linha formando uma passarela. O trajeto representa o percurso que Noa irá percorrer até chegar ao púlpito, onde fará o discurso em homenagem ao avô. Também espalhados em diversos pedaços pelo palco, os tijolos representam a construção e a desconstrução da história, das memórias da autora.

O figurino de Antônio Guedes procura transmitir a força e a delicadeza da mulher israelense. A roupa traz referências dos anos 90 com peças sobrepostas e estampas xadrez, dialogando com a estética contemporânea da peça. Para viver Noa, Clarissa trocou os cabelos longos e loiros por um corte na altura dos ombros e ruivo. Em cena, ela veste uma camiseta-body de tule preto, por cima um vestido xadrez em tons escuros. Uma bota de cano curto completa o figurino.

“Meu Saba” tem produção da Palavra Z Produções Culturais, direção de produção de Bruno Mariozz e conta com patrocínio da Klabin S.A. através da Lei Rouanet.

MEU SABA
Local: Teatro SESI Rio Vermelho
Endereço: Rua Borges Reis, 9. Rio Vermelho – Salvador – BA
Dias: 16 e 17/12
Horário: 20h
Classificação: 12 anos.
Duração: 60min
Telefone: (71) 3616-7064