Mesmo com chuva de 17,5 mm, nível foi para 14,9%.
Sabesp diz que ‘volume morto’ poderá ser usado a partir de julho ou agosto.
O volume de água acumulado dos reservatórios do Sistema Cantareira caiu abaixo dos 15% pela primeira vez e chegou a 14,9% nesta terça-feira (18).
O nível diminuiu mesmo com chuva de 17,5 mm registrada na região nesta segunda-feira (17).
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou nesta segunda que a água do fundo dos reservatórios do Sistema poderá abastecer a Grande São Paulo por quatro meses. O chamado “volume morto” deve começar a ser usado entre julho e agosto, de acordo com a companhia.
As obras emergenciais da Sabesp para retirar a água do volume morto começaram nesta segunda em duas cidades. Caminhões, tratores e retroescavadeiras já preparam a área para instalar as bombas que vão retirar água do fundo dos reservatórios em Nazaré Paulista e Joanópolis.
A obra está orçada em 80 milhões de reais e vai tornar útil uma reserva de 300 bilhões de litros de água que fica abaixo do nível das comportas.
Ele nunca foi utilizado porque as bombas não captam nessa profundidade. Pra retirar essa água, a Sabesp está construindo uma tubulação de três quilômetros e meio. E nela vai instalar 17 bombas flutuantes.
A ideia da Sabesp é utilizar 200 dos 300 bilhões de litros do volume morto para garantir o abastecimento de quem recebe agua do sistema Cantareira. O diretor da Sabesp admite que a captação do volume morto, ajuda a diminuir a crise do abastecimento no curto prazo. O sistema pode levar muito tempo para se recuperar.
“É uma represa enorme, nossa experiência de 2003, 2004 nos levamos dois anos pra recuperar o nível dos reservatórios”, afirmou Paulo Massaro, diretor metropolitano da Sabesp. A empresa garante que essa água é de boa qualidade. A companhia também estuda aumentar a captação de água dos reservatórios Guarapiranga e Alto Tietê para o Cantareira.
Segundo cálculo feito pelo professor especialista em recursos hídricos da Universidade de São Paulo (USP), Rubem Porto, com um índice de armazenamento de 15%, e sem chuva, a água da Cantareira vai durar até setembro. Com a utilização do volume morto, o abastecimento da região metropolitana ganha um respiro. Vai durar até fevereiro do ano que vem. (G1)