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Governo de Sergipe recupera 12 barragens para combater próximas secas

Com um investimento de R$ 2 milhões, na ação conjunta entre a Seidh e a Seagri, ainda serão perfurados 20 novos poços

Governo de Sergipe recupera 12 barragens para combater próximas secas
No Alagadiço, Frei Paulo, obra retira sedimentos e também material rochoso para aprofundar leito da barragem. Foto: Fernando Augusto/Cohidro

Oficialmente teve início sexta-feira, 24 de fevereiro, a edição 2017 do Programa de Recuperação de Barragens do Governo de Sergipe. Inicialmente são três frentes de trabalho simultâneas: em Frei Paulo, Poço Redondo e Cedro de São João, na recuperação de barragens de médio porte e de uso comunitário. Ao todo, serão 12 destes reservatórios recuperados no estado, todos em municípios onde foi decretada situação de emergência devido ao período prolongado de seca. As aguadas, depois de limpas e ampliadas, servirão para acumular a água das próximas chuvas, reservas utilizadas tanto no uso doméstico quanto à dessedentação animal.

É uma ação conjunta entre as secretarias de Estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do Trabalho, dos Direitos Humanos e Juventude (Seidh) e da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Respectivamente, uma pasta entra com os recursos, na ordem de R$ 1.240.341,64, via o Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep) e a outra executa, através da sua vinculada, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação Sergipe (Cohidro). Todo projeto de Engenharia e fiscalização das obras, executadas por empresa licitada, ficam a cargo da Cohidro.

No Povoado Alagadiço, em Frei Paulo, máquinas começaram a retirar todo sedimento acumulado no fundo da barragem seca, que sempre serviu à comunidade. Desse modo, a água acumulada vai durar por mais tempo, inclusive a partir do estudo do terreno, reforçando a segurança com novo sangradouro e ampliando os pontos de captação das chuvas. Esteve vistoriando o início da obra, na sexta, o vice-governador do Estado, Belivaldo Chagas Silva, acompanhado do prefeito municipal, Anderson (de Zé das Canas) Menezes, do secretário da Agricultura, Esmeraldo Leal, de toda diretoria executiva da Cohidro e do presidente da Fundação Aperipê, Givaldo Ricardo da Silva.

“Ao mesmo tempo em que o governo realiza ações para socorrer o sergipano desta seca, como comprar e distribuir ração animal, aumentar o número de caminhões-pipa, o Garantia-Safra, o Crédito Rural, instalação de dessalinizadores e – aonde também entra Cohidro – a perfuração e recuperação de poços; estamos fazendo investimentos públicos para ampliar a oferta de água ao sertanejo. Isso se faz com mais redes de atendimento de água nas casas, mais e maiores barragens para acumular água, novos poços e programas para ampliar a área de palma forrageira, por exemplo”, expôs Belivaldo, na visita a Frei Paulo em que representou o governador Jackson Barreto.

Ao presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, Belivaldo também pré-agendou, quando for concluída a obra, a presença dele e do governador, para então entregar à população a recuperação da barragem. “Estamos, todos nós, imbuídos nesse trabalho do Governo do Estado, através da Cohidro, para atender às demandas daqueles que estão sofrendo a pior estiagem de nossa história. Em breve o governador Jackson Barreto estará no Alagadiço, para inaugurar essa importante obra para a região. Estamos mais que habilitados para a ação, tendo a Empresa recuperado mais de 1.800 barragens, desde 2012”, avaliou o presidente da Companhia em Frei Paulo, acompanhado dos seus diretores: Paulo Henrique Machado Sobral (Infraestrutura), Jorge Kleber Soares Lima (Administrativo e Financeiro) e João Quintiliano da Fonseca Neto (Irrigação).

“O convênio com a Seidh é para dotar a Cohidro com R$ 2 milhões e ajudar no combate aos efeitos da seca. Com eles, vamos perfurar 20 novos poços, instalar a infraestrutura de sistema de abastecimento em quatro e as 12 barragens, que serão recuperadas. São investimentos a médio prazo e que intensificam as ações da Cohidro. Temos, continuamente, oito equipes de perfuração, teste de vasão, instalação e recuperação de poços, viabilizando novos e antigos poços em todo Estado. Isso sem falar no investimento feito nos perímetros irrigados, com recursos próprios, outros convênios, do programa ‘Águas de Sergipe’ e do Proinveste, estão reestruturando o serviço prestado para o agricultor irrigante produzir, mesmo com a ausência de chuvas”, completou Felizola.

Governo de Sergipe recupera 12 barragens para combater próximas secas
Barragem do Alagadiço (Frei Paulo) ao término da obra, terá capacidade de acúmulo aproximado de 55.000m³ de água. Foto: Fernando Augusto/Cohidro

Localidades

Além do Alagadiço; da Comunidade Quilombola de Serra da Guia, em Poço Redondo e do Povoado Poço dos Bois, em Cedro de São João, localidades aonde as obras já começaram, na sequência receberão o benefício as barragens públicas que abastecem os assentamentos: Francisco José dos Santos, em Poço Verde; Paulo Freire, em Porto da Folha e João Pedro Teixeira (Agrovila Serra Azul), em Canindé do São Francisco. Os povoados: Queimadas, também em Poço Redondo; Aningas, em Nossa Senhora da Glória; Lagoa de Dentro, em Gararu; Montes Coelho, em Tobias Barreto; Mancinha, em Graccho Cardoso e ainda a sede do município de Nossa Senhora de Lourdes.

Anderson de Zé das Canas explicou que diante das dificuldades provocadas pela falta de chuvas, foi necessário que a prefeitura fosse atrás de ajuda do Estado. “Estamos agora passando uma fase muito difícil, com essa seca que está assolando o Nordeste. O povo está sofrendo demais, precisando de água. Nós procuramos o Governo e nos deram esse apoio, mandando aquelas máquinas para o Alagadiço, onde lá nós estamos fazendo um grande açude e a população está muito satisfeita. Só temos a agradecer, ao governador, também ao nosso vice, Belivaldo, que também tem dado um apoio muito grande. Aos diretores da Cohidro, Felizola e Paulo Sobral, nossas portas vão ficar sempre abertas, o que a gente puder fazer em prol do nosso povo, estaremos fazendo”, disse, lembrando que além dessa obra, Frei Paulo também tem a Companhia como parceira, em ações de perfuração e recuperação de antigos poços.

Paulo Sobral calcula que o novo e reformado açude do Alagadiço terá aproximadamente 55.000m³ de capacidade de acumulação de água das chuvas. “Estamos ampliando a área capaz de represar a água, tornando a barragem mais profunda e não só retirando os sedimentos trazidos pela água. Estamos escavando o solo rochoso para aumentar a área. A característica do solo também ajuda, para reforçar as barreiras contra a força da água, durante as cheias. A ideia é de ser uma benfeitoria que suporte a seca, se mantendo abastecida até as próximas chuvas que, quando vierem, não deteriorem sua estrutura”, analisa.

Poço Redondo

A Serra da Guia existe como território quilombola oficializado desde a sua demarcação, em 2004. Em seus 2.310 hectares de terra produzem, de forma coletiva, 200 agro-famílias e a principal atividade é a criação de gado leiteiro. José Sandro dos Santos é presidente da Associação Quilombola Manoel Rozendo da Guia. Ele conta que além dos animais, a água da barragem vai servir para o consumo das casas. “Hoje a água para esse uso vem em carro-pipa, do Rio São Francisco, faz cerca de 60 dias que essa barragem secou. Aqui, estando cheia, ela aguenta mais de 2 anos. Isso por que a gente não deixa pegar de caminhão para vender, senão vai embora logo. Só pegam se for de carroça ou carro de boi”, adverte.

Água para consumo humano, na Serra da Guia é provida pelo ‘Água Doce’. Esse programa federal é gerido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e a Cohidro coopera na manutenção dos poços e sistemas de bombeamento que servem a dessalinizadores. Para o secretário de Agricultura, Esmeraldo Leal, as barragens nesta comunidade quilombola e também no Povoado Queimadas, a ser atendido na sequência pelas máquinas, dão atenção à dessedentação dos rebanhos, principalmente o leiteiro, ramo econômico mais forte no Sertão de Sergipe. “O que a gente percebeu é que, além do grau de satisfação que a comunidade tem com relação à água doce, tem necessidade também de ter água para consumo animal”, analisa.

Da Folha Geral, em Salvador*

*Com colaboração de (agência, assessoria ou especialista)

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