Não importa quanto poder um smartphone tenha, ele não vai ser considerado uma boa opção pelos consumidores se sua bateria não atingir um desempenho minimamente aceitável. Buscando conseguir algumas vantagens nesse sentido, a Intel está participando de uma rodada de investimentos da Qnovo, uma empresa que trabalha há anos para criar uma tecnologia capaz de aprimorar o carregamento das reservas de energia dos dispositivos móveis.
Segundo a companhia californiana, a gigante dos processadores deve fazer parte de uma rodada de investimentos no valor de US$ 8,6 milhões, junta-se a outros apoiadores. O interesse da Intel seria justificado pela criação da Qnovo, que seria capaz de diminuir os tempos de recarga das baterias de celulares sem diminuir sua vida útil.
A novidade se trata de uma camada de software que analisa a forma como uma bateria de íons de lítio está se energizando, adaptando a corrente elétrica e a voltagem em tempo real para otimizar o processo. Embora o produto ainda não tenha sido implementado comercialmente, a Qnovo afirma que o dinheiro recebido da Intel será usado para viabilizar o lançamento de “múltiplos smartphones” com a tecnologia já no ano que vem.
“O atual [mecanismo de] recarga de baterias, da forma como vem sendo no último século, é um processo de uma via (CCCV) que é cego quanto às reações que causam degradação dentro do componente. Por meio da introdução controlada de energia e subsequente monitoramento de respostas, a Qnovo consegue ajustas a corrente e voltagem e tempo real para diminuir o dano às células, ao mesmo tempo em que minimiza o tempo de carga”, afirma o CEO, Nadim Maluf.
Melhorando em todos os aspectos
De acordo com o executivo, os melhores smartphone atuais só conseguem oferecer simultaneamente um máximo de dois dos quatro atributos principais da performance de uma bateria. Esses elementos, segundo ele, incluem: capacidade (tempo de uso), carregamento rápido, vida útil e formato fino e leve.
Como exemplo, Maluf cita que o iPhone 6 tem reservas de energia estreitas, leves e com boa vida útil, mas com pouca duração e recarga lenta. Já o Galaxy S6, por outro lado, também tem uma bateria fina e leve, mas sacrificou a capacidade – tornando-a menos que a do S5 – para oferecer carregamento acelerado.
Com a tecnologia da Qnovo, o executivo afirma que as fabricantes poderiam oferecer baterias com mais de 3 mil mAh de capacidade, capazes de acumular energia para um dia de uso em apenas 20 minutos de recarga e possuam 7 milímetros ou menos de espessura. Além disso, a empresa afirma que a vida útil da reserva seria de duas a oito vezes maior do que a vista com o CCCV, aguentando 800 ciclos de carga e descarga.
Facilidade de aplicação
Segundo Maluf, a Qnovo pretende também expandir a aplicação de sua tecnologia para outros aparelhos, como notebooks e dispositivos vestíveis, mas os smartphones continuam sendo seu foco inicial. Caso a companhia consiga implementar a novidade já em 2016, é provável que ela seja rapidamente adotada, já que não envolve grandes mudanças no hardware das baterias propriamente ditas.