Da Folha Geral, em Salvador* Nutricionista da seleção, Gustavo Sicri explica riscos de procedimento
O que parecia uma realidade distante está muito próximo de acontecer. Cris Cyborg está se preparando para ter uma possível luta contra Ronda Rousey no peso-galo (até 61,2kg). para isso, a lutadora brasileira, atual campeã peso-pena (até 65,8kg) da organização de lutas exclusivamente femininas, vai descer de peso e fazer sua próxima apresentação em peso casado de 63,5kg, no meio-termo entre as duas categorias. A adversária de Cyborg para a luta, que acontecerá no Invicta FC 15, ainda não foi definida.
O anúncio da decisão de Cris foi feito pelo presidente do Invicta FC, Shannon Knapp,
Caso a luta aconteça, o combate vai reunir no octógono uma das maiores rivalidades do MMA. As duas são rivais desde os tempos do extinto Strikeforce, em 2011, mas não conseguiram se enfrentar por conta das divergências no peso.
Cris e Ronda já pertenceram a mesma categoria, mas a americana decidiu descer seu peso em 2012 para enfrentar Miesha Tate pelo cinturão em 2012. Após faturar o cinturão, Ronda nunca mais trocou de categoria. Agora, após insistir por muito tempo para que as duas lutassem em peso casado de 63,5kg, agora é a vez da brasileira descer seu peso para desafiar Ronda Rousey, que está invicta em 12 lutas profissionais de MMA e é a atual campeã peso-galo do UFC. Cris não havia tomado a decisão antes, alegando riscos a sua saúde. Mas estes riscos existem mesmo?
A brasileira não é a primeira atleta que toma esta decisão, outros grandes nomes do MMA também já se arriscaram para poder se enquadrar em categorias distintas. Para atingir o peso e poder se enquadrar em uma determinada categoria, poucos dias antes da luta eles se submetem a uma dieta rígida e atividades que são extremamente desgastantes.
De acordo com o nutricionista Gustavo Sicri, da seleção brasileira de fisiculturismo, tudo depende do modo como o processo é feito. Mas, de qualquer forma, pode sim trazer riscos à saúde.
“Essas estratégias podem prejudicar a saúde. Alguns dos efeitos prejudiciais são, desequilíbrio hormonal, desequilíbrio hidroeletrolítico., alterações no sistema cardiovascular, diminuição na função renal, prejuízo no estado mental ao longo do tempo, alterações do humor, fraqueza, perda de performance, entre outros”, informa Gustavo, que continua: “ e importante conhecer o metabolismo do atleta para que haja uma melhora, tanto no plano nutricional, quanto no plano de treinamento”.
Além dos risco à saúde o processo de descida de peso também pode afetar o desempenho do atleta. Gustavo Sicri ressalta que o processo para descida de peso causa fraqueza, perda de concentração e nervosismo, o que pode deixar um atleta com rendimento bem abaixo de seu potencial normal.
