Da Folha Geral, em Salvador* 
Gilson Albuquerque, coach e personal trainer abre as portas de sua academia e conta a belíssima história de superação de seu aluno Jadson Salvador em entrevista para seu canal no youtube.
Jadson, 30 anos, da cidade pernambucana de Garanhuns há 8 anos atrás sofreu um acidente vindo a ficar paraplégico, hospitalizado passou três meses internado. Quando saiu ele teve que enfrentar um novo recomeço e fala que não sofreu de depressão. “Falei para minha mãe que não precisava comprar os remédios para depressão que o médico havia receitado por que eu não iria tomar”.
Após o acidente ele teve que se adaptar a um novo mundo e revela que o maior desafio foi encarar a cadeira de rodas e reclama da falta de acessibilidade e apoio para cadeirantes e deficientes em locais e serviços públicos. “Confesso que o meu maior desfio foi encarar a cadeira, principalmente porque na maioria das cidades não se tem acesso para cadeirantes, você precisa de um táxi e quando ele vê que é para um deficiente ele não para e isso é muito complicado, você precisar de alguém ou alguma coisa”, comenta ele.
Jadson conta que no começo era muito preso e dependia das pessoas para realizar as tarefas mais básicas. Um grande aliado dele na superação do acidente foi ter forças de não se entregar e encarar a vida de frente, e assim ele fez. “No início eu encontrei muita dificuldade e na época conheci o Davi, que também é cadeirante, e foi ele quem me deu muita força, me ajudou muito. Com 30 dias já estava com meu carro adaptado e mudei minha habilitação. Eu sempre digo que o Davi me tornou uma pessoa livre de novo.” enfatiza Jadson.
Jadson que já praticava musculação antes do acidente, voltou a frequentar uma academia tempos depois. Sem os movimentos do membros inferiores, hoje ele treina três vez por semana, com uma programação onde é trabalhado toda musculatura dos membros superiores. Segundo ele estar na academia é estar livre. “Pra mim estar dentro de uma academia é tudo, esqueço minhas limitações, me divirto, cuido do corpo e da saúde”. E ainda garante que quando começou a treinar não sofreu preconceito. “Não sofri nenhum preconceito, as pessoas que se espantavam um pouco por ainda ser algo diferente”, finaliza ele.
Histórias de superação como a do Jadson Salvador, assim como o momento mágico que estamos vivenciando com os Jogos Paralímpicos Rio 2016 nos fazer parar, refletir e enxergar que a vida e a capacidade vai além de qualquer tipo de deficiência, e sim, todos são capazes de surpreender a si mesmo quando acreditam que são capazes.
