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Os principais mitos e lendas das cinco regiões do Brasil

Boto cor-de-rosa, cuca, romão, curupira e negrinho do pastoreio povoam até hoje o imaginário popular

Ilustração. Foto: Sasin Tipchai/Pixabay

As lendas e mitos brasileiras possuem origem na mitologia dos índios nativos, em conjunto com os mitos trazidos da Europa pelos portugueses e da África pelos negros.

A mescla de diferentes culturas permitiram produzir mitos únicos, mas também é possível observar diversos elementos comuns com mitos de outros povos.

No início do século XIX, as artes brasileiras estão passando pelo Romantismo e muitas das lendas brasileiras passam a ser representadas em poemas, livros e pinturas devido ao movimento nacionalista ocorrido neste período e é neste momento que o autor Monteiro Lobato publica sua obra infantil, a coleção do Sítio do Pica-pau Amarelo, na qual são apresentadas algumas das lendas brasileiras.

Então vamos ver as principais histórias urbanas de norte a sul do país

Boto
Foto: Pinterest

Norte

Na região Norte do Brasil, temos o boto cor-de-rosa. Dono de uma beleza impressionante, um homem vestido de branco sai do rio ー seu habitat natural ー para visitar as festas e conhecer as mais belas mulheres. O chapéu branco na cabeça oculta o nariz grande, única coisa aparente do seu corpo original. Com muito charme e elegância, ele conquista mulheres em noites de festa junina e as engravida. No dia seguinte, ele volta para as águas.

Na época em que o mito foi criado, a situação das mães solteiras na região era degradante, motivo pelo qual elas utilizavam a fábula para disfarçar a situação na qual viviam. Daí, portanto, surge a expressão “filho de boto”. Apesar de toda a riqueza na criação de lendas da região Norte, essa é a mais famosa e que se espalhou para todo o Brasil.

Cuca
Foto: Pinterest

Nordeste

Apesar de Monteiro Lobato ser do interior de São Paulo, uma das principais personagens do Sítio do Picapau Amarelo, a Cuca, teve origem na região Nordeste com um toque dos portugueses. A lenda foi inspirada no dragão lusitano Coca. Com a colonização, se transformou para o mito de uma mulher idosa e muito feia com feições de jacaré, capaz de assustar as crianças mal criadas. A fábula é utilizada até hoje para fazer as crianças dormir. Sabe aquela cantiga famosa “nana, neném, que a Cuca vem pegar”? Ela teve origem nesse mito. Se as crianças não dormissem, a música insinuava que a Cuca viria pegá-los.

Centro-Oeste

Pelo visto, as lendas para educar as crianças são foco das histórias mais famosas. O tema volta a ser lembrado na região Centro-Oeste, com a lenda do Romão. Nela, a mãe prepara o almoço para o marido e pede para o filho levar a refeição para o pai. Acontece que, no caminho, a criança come toda a comida e só deixa os ossos do frango. Questionada, ela diz que a mãe comeu junto com um amante e deixou o que sobrou para ele. História perversa, não é? Mas calma que não acabou.

Enfurecido, o pai volta para casa e mata a esposa. Sim, tem até assassinato nessa lenda, tornando-a uma das mais pesadas. A mãe, portanto, joga uma maldição no filho. Ele nunca morrerá e ficará vagando pelo mundo, sem jamais crescer. Até hoje, muitos acham que ele continua causando por aí, fazendo as mais variadas travessuras.

Curupira
Foto: Pinterest

Sudeste

Na região Sudeste, a lenda mais famosa é a do curupira, conhecida em outras regiões também como caipora. Nela, um menino (ou anão) de cabelo vermelho e com os pés invertidos ー ou seja, com os calcanhares para frente ー cuida das florestas e de todos os seres vivos. A origem dessa história é interessante e remonta aos séculos passados com os indígenas e à época da colonização.

No século XVI, os portugueses e bandeirantes traçaram uma rota a partir do estado de São Paulo para, entre outras coisas, capturar os indígenas para escravizá-los ou catequizá-los. Para evitar que isso acontecesse, eles adotavam uma estratégia para lá de inteligente: marcavam o caminho com pedras e folhas e andavam de costas, para deixar rastros ao contrário, tornando a captura praticamente impossível.

Sul
Foto: Pinterest

Sul

Na região Sul, temos o negrinho do pastoreio. Esta é uma lenda que mistura misticismo, um toque de religiosidade e todo o contexto de escravidão pelo qual o Brasil passou durante muitos séculos. É, também, uma fábula triste, mas que também oferece um ar de perseverança.

Nela, um menino era escravo de uma fazenda e cuidava dos cavalos e do pastoreio das terras. Certo dia, o fazendeiro o acusou de ter perdido um dos animais. Pela negligência, foi açoitado pelo seu senhor, que lhe deu a ordem de buscar o animal logo em seguida. Devido à inocência da criança, a tarefa não foi concluída. A punição, então, foi ainda mais severa: o deixaram pelado dentro de um formigueiro. No dia seguinte, o fazendeiro encontrou o menino cavalgando e sem nenhum ferimento. Alguns atribuem o feito a um milagre de Nossa Senhora da Aparecida em nome dos inocentes.

O que você achou dessas lendas? Deixe seu comentário.

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