em

Desafios e perspectivas são o tema do segundo dia do maior seminário nacional sobre bambu

Pessoas de todo o Brasil que integram a cadeia produtiva e de valor social do bambu participaram nesta quinta-feira (29) do segundo dia do III Seminário Nacional do Bambu (III SNB), promovido pela Rede Brasileira do Bambu (RBB). Seguiram na programação os temas relacionados a meio ambiente, tecnologias, desafios e perspectivas da pesquisa e aplicação […]

Pessoas de todo o Brasil que integram a cadeia produtiva e de valor social do bambu participaram nesta quinta-feira (29) do segundo dia do III Seminário Nacional do Bambu (III SNB), promovido pela Rede Brasileira do Bambu (RBB). Seguiram na programação os temas relacionados a meio ambiente, tecnologias, desafios e perspectivas da pesquisa e aplicação do material no Brasil.

Entre 2005 e 2015, as importações de produtos industrializados de bambu pelo País chegaram a US$ 5 milhões, demonstrando que a matéria-prima encontra grande aceitação no mercado nacional.

Os desafios socioeconômicos e institucionais que o Brasil precisa vencer para entrar neste filão foram o alvo dos palestrantes da terceira sessão plenária, na manhã da quinta-feira. Falaram sobre o tema os representantes do Instituto de Meio Ambiente do Acre, Paulo Roberto Viana de Araújo, da Coordenação de Manejo Sustentável dos Sistemas Produtivos (CMSP-DF), Edson Junqueira Leite, e da Universidade Estadual de São Paulo em Bauru (Unesp Bauru), Marco Antônio dos Reis Pereira.

Coordenador do Projeto Bambu da Unesp, o professor Pereira apresentou aspectos do trabalho desenvolvido na universidade desde 1990. Entre outros pontos, o pesquisador destacou que o Brasil precisa avançar na produção de bambu, hoje inexistente no País. Ele também chamou atenção para a ausência de normas de utilização da planta na construção.

 

Empresários do bambu avaliam mercado

O Brasil tem solo e clima favoráveis ao cultivo do bambu e os produtos feitos com a matéria-prima têm boa aceitação; no entanto, a planta ainda tem pouca importância econômica e social no País. Esta foi a avaliação de representantes do setor produtivo na quarta sessão plenária do III SNB, sobre as perspectivas econômicas do material.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Bambu, Guilherme Korte, o Brasil precisa achar caminhos próprios na propagação do bambu, tendo em mente que a matéria-prima é uma alternativa para a geração de renda complementar para agricultores. Ele também sustenta que a produção nacional tem que estar adequada à realidade regional e que não adianta tentar reproduzir aqui experiências produtivas de outros países.

Para Korte, um dos grandes gargalos é a falta de crédito para fomento de uma produção significativa. Outro ponto defendido por ele foi a necessidade de agregação de valor à matéria-prima por meio de insumos da Pesquisa e Desenvolvimento.

Hoje o uso do bambu no País é pouco tecnológico. O mercado gira em torno da comercialização de mudas, de colmos tratados e não-tratados, de broto in natura e em conserva, de carvão de bambu e de artesanato.

O empresário Roberto Magno de Castro e Silva, da Embambu, empresa sediada no estado de Goiás, trabalha há anos com bambu e é uma das referências produtivas no País. Para ele, um dos grandes desafios é produzir matéria-prima perto dos centros de consumo. Engenheiro agrônomo, Roberto Magno aponta ainda que é preciso desenvolver formas eficientes de cultivo, com mais estudos em botânica. O empresário Mark Neeleman, da Azul Linhas Aéreas, também foi um dos palestrantes do painel.

 

Arquiteto David Sands destaca benefícios ambientais do bambu

Conhecido como o arquiteto da sustentabilidade, o estadunidense David Sands fez o fechamento do III SNB, na tarde da quinta-feira. Sandsé integrante do projeto Bamboo Living e assina obras na Ásia e no Havaí.

O arquiteto abordou a necessidade do uso de novos materiais que gerem menor impacto ambiental. Neste sentido, ele ressaltou que o bambu apresenta características que o fazem uma matéria-prima que se encaixa no conceito.

“Algumas dessas características são a capacidade de renovação dos bambuzais e o potencial da planta na recuperação de solos degradados e no sequestro de carbono”, enumera.

Sands pontua que o uso do bambu em diversas aplicações é uma realidade em vários países do mundo e que no Brasil há ambiente propício para uma propagação rápida. “No entanto, o País precisa avançar em alguns aspectos, e um dos pontos é a questão da criação de uma cultura de uso da planta, o que pode ser feito com educação da população.”

 

Rede Brasileira do Bambu

Logo depois da palestra de David Sands, no final da tarde, a Rede Brasileira do Bambu promoveu reunião ordinária para aprovação do Regulamento Geral e eleição da Diretoria efetiva. Todos os presentes ao Seminário foram convidados a participar do encontro deliberativo, com poder de decisão. Mais informações serão divulgadas em breve.

Da Folha Geral, em Salvador*

*Com colaboração de (agência, assessoria ou especialista)

Bruno Bacck estilista posa para campanha contra a homofobia

Pedro Carvalho, o modelo gaúcho que emagreceu mais de 20 kg e hoje faz sucesso