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Saúde de Goiânia intensifica vacinação contra febre amarela

Ação é a principal estratégia montada após confirmação de um óbito pela doença A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia convoca toda a população para atualizar o cartão de vacinas, a fim de garantir a imunidade contra a febre amarela. Na semana passada, foi confirmado um óbito pela doença, por transmissão silvestre, de um […]

Ação é a principal estratégia montada após confirmação de um óbito pela doença

Saúde de Goiânia intensifica vacinação contra febre amarela. Foto: Divulgação
Saúde de Goiânia intensifica vacinação contra febre amarela. Foto: Divulgação

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia convoca toda a população para atualizar o cartão de vacinas, a fim de garantir a imunidade contra a febre amarela. Na semana passada, foi confirmado um óbito pela doença, por transmissão silvestre, de um homem de 27 anos, ocorrido em 10 de abril. A principal estratégia adotada para controle e bloqueio da transmissão do vírus é a vacinação. A população não imunizada adequadamente deve procurar os postos de vacinação e, como estratégia adicional, os agentes de combate a endemias (ACE) e agentes comunitários de saúde (ACS) irão realizar a avaliação do cartão vacinal, acompanhada de orientação quanto ao número de doses necessárias para proteção.

A técnica da Vigilância em Saúde Laura Branquinho explica a estratégia adotada. “A vacinação é a forma mais eficaz de se proteger contra a febre amarela e é essencial para eliminar a doença de uma região. Goiânia é considerada área de risco para a febre amarela, portanto, a recomendação do Ministério da Saúde é de que a cobertura vacinal seja de 100% em menores de um ano”, afirma Laura. Atualmente, essa cobertura tem ficado em torno de 88% na capital.

A vacina contra febre amarela, em pessoas sem problemas de imunidade, tem uma proteção de até 98% e está disponível nas salas de vacina das unidades de saúde de Goiânia durante todo o ano. A recomendação do Programa Nacional de Imunizações é de que duas doses são suficientes para proteção, sendo a primeira aos 9 meses de idade e a segunda aos quatro anos. Diante da comprovação da circulação do vírus na cidade, o Ministério da Saúde recomenda a antecipação da primeira dose da vacina de febre amarela para crianças a partir de seis meses de idade. Portanto, em Goiânia, crianças a partir dos seis meses de idade devem receber a vacina contra a febre amarela, contudo ainda é necessária a realização do esquema primário desta vacina (aos 9 meses e 4 anos de idade), pois esta dose antecipada não é considerada válida para rotina.

Pessoas que já possuem duas doses registradas no cartão não precisam receber doses adicionais, pois já são consideradas adequadamente imunizadas. Pessoas acima de cinco anos que possuem apenas uma dose devem receber o reforço somente após dez anos, ou mais, da primeira. A SMS Goiânia definiu 24 unidades estratégicas em todos os Distritos Sanitários do município, que vão funcionar de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. As doses também estão disponíveis em todas as salas de vacina de Goiânia, conforme horário de funcionamento de cada uma.

Óbito
O jovem residia na região noroeste na capital e teve evolução rápida da doença. Em menos de 24 horas foi a óbito, tendo como prováveis causas dengue e meningite. O resultado do exame que apontou febre amarela saiu na última semana e foi realizado como diagnóstico diferencial pelo Serviço de Patologia do Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará.

O rapaz não tinha histórico de viagem no último ano, porém realizava atividade física em um parque localizado em região próxima a outra onde foi encontrado macaco morto em dezembro de 2015 com confirmação de febre amarela. A investigação epidemiológica revelou que o paciente tinha comprovação vacinal contra a doença, porém era imunossuprimido, devido à retirada do baço aos cinco anos de idade, o que pode ter diminuído a resposta à vacina.

Febre amarela
A febre amarela é uma doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e de gravidade variável. A forma grave caracteriza-se clinicamente por manifestações de insuficiência hepática e renal, que podem levar à morte. Não existe tratamento específico para combater a doença. O paciente deve procurar atendimento, permanecer em repouso, com reposição de líquidos, conforme indicado pelo médico. Os principais sintomas são febre alta abrupta, calafrio, dor no corpo, prostração, diarreia, náuseas e vômitos.

O último caso de febre amarela silvestre em Goiânia foi registrado em 2007. No Brasil essa doença foi eliminada da área urbana em 1942 e, desde então, tem ocorrido surtos, com intervalos de 5 a 7 anos, em pessoas não vacinadas que adentram áreas de mata e são picadas por mosquitos infectados com o vírus.

De acordo com Laura Branquinho, “deve-se levar em conta o potencial risco de transmissão do vírus em áreas urbanas, devido à presença do mosquito Aedes aegypti”. A doença é transmitida somente pela picada de mosquitos transmissores infectados – Aedes aegypti (urbana) ou Haemagogus (silvestre). O aparecimento de casos em humanos é precedido por epizootias (morte de macacos), por isso é realizada de forma contínua em Goiânia a vigilância para este tipo de ocorrência.

A diretoria de Vigilância em Zoonoses da SMS orienta a população que informe sobre ocorrência de macaco morto, pois devem ser notificados para a captura e encaminhamento para realização de exames. O serviço de captura é realizado gratuitamente por profissionais da Zoonoses, todos os dias da semana e em qualquer horário. Para isso, basta ligar nos telefones 3524-3131 (até às 17 horas) e no 3524-3130 (após as 17 horas, finais de semana e feriados).

Lista das unidades de referência para vacinação

Contra-indicações
– Crianças menores de 6 meses;
– Gestantes;
– Pacientes com imunodepressão de qualquer natureza;
– Pacientes infectados pelo HIV com imunossupressão grave, com contagem de células CD4 < 200 células/mm³;
– Pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras;
– Pacientes submetidos a transplante de órgãos;
– Pacientes com neoplasia;
– Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, ausência do timo);
– Indivíduos com história de reação anafilática as substâncias presentes na vacina (ovo de galinha, gelatina bovina, etc);

Por Mayara Chagas

Da Folha Geral, em Salvador*

*Com colaboração de (agência, assessoria ou especialista)

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