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Apresentadora tenta esclarecer polêmica e diz que não apoiou ‘justiceiros’

Mauricio Stycer Quarenta e oito horas depois de divulgar a opinião de sua apresentadora, Rachel Sheherazade, em defesa do grupo que agrediu um suposto assaltante e o prendeu nu, em um poste, no Rio, o SBT abriu espaço para que ela tentasse esclarecer a sua polêmica declaração. “Não defendi a atitude dos justiceiros. Defendi o […]

Adriano Vizoni/Folhapress Retrato da apresentadora do SBT Rachel Sheherazade, que apresenta o SBT Brasil
Adriano Vizoni/Folhapress
Retrato da apresentadora do SBT Rachel Sheherazade, que apresenta o SBT Brasil

Mauricio Stycer

Quarenta e oito horas depois de divulgar a opinião de sua apresentadora, Rachel Sheherazade, em defesa do grupo que agrediu um suposto assaltante e o prendeu nu, em um poste, no Rio, o SBT abriu espaço para que ela tentasse esclarecer a sua polêmica declaração.

“Não defendi a atitude dos justiceiros. Defendi o direito da população de se defender quando o Estado não chega. O que não se pode é confundir o direito de se defender com a barbárie. Não defendo a violência. Defendo a paz”, disse.

Seu companheiro de bancada, Joseval Peixoto, a entrevistou ao vivo. “Você,  uma mulher cristã, é a favor da violência?” Ela respondeu: “Absolutamente não. Sou uma pessoa do bem. Jamais defenderia a violência. Defendo as pessoas de bem neste pais, as pessoas que foram abandonada à própria sorte”.

Na terça-feira (04), a apresentadora havia referido ao adolescente agredido e preso com um cadeado de bicicleta como “o marginalzinho amarrado ao poste”. E disse: “Num país que sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível”. Também observou: “O Estado é omisso, a polícia desmoralizada, a Justiça é falha… O que resta ao cidadão de bem, que ainda por cima foi desarmado? Se defender, é claro”. E finalizou: “O contra-ataque aos bandidos é o que chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite”.

Ao relembrar o caso, o “SBT Brasil” exibiu uma reportagem sobre casos recentes de ações de grupos que se autointitulam “justiceiros” no Rio. Curiosamente, a ação considerada “compreensível” por Sheherazade, foi chamada de “um dos casos mais chocantes” pela repórter da emissora.

O comentário teve muita repercussão. Na quarta-feira (05), o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) divulgou nota informando que irá formalizar no Ministério Público representação contra a emissora e a apresentadora por apologia ao crime. Na visão do partido, Sheherazade e o SBT “fizeram incitação ao crime, à tortura e ao linchamento.”

Em carta divulgada nesta quinta-feira (06), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Comissão de Ética da entidade também se manifestaram em repúdio às declarações da apresentadora.

O sindicato quer que a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) ”investigue e identifique as responsabilidades neste e em outros casos de violação dos direitos humanos e do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que ocorrem de forma rotineira em programas de radiodifusão no nosso país”. Do Bol, com informações do Blog do Mauricio Stycer

Da Folha Geral, em Salvador*

*Com colaboração de (agência, assessoria ou especialista)

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