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A obra “Um Encontro com a Liberdade”, da Editora do Brasil, debate a abolição dos escravos e o preconceito no Brasil

Inspirada em um abolicionista baiano, obra narra a história de um jovem, filho de um comerciante português com uma mãe escrava “Um Encontro Com a Liberdade”, de Júlio Emílio Braz, lançado pela Editora do Brasil, retrata o cenário de um Brasil que tardiamente deixava de ser um país de escravos, para lentamente tornar-se uma nação […]

Inspirada em um abolicionista baiano, obra narra a história de um jovem, filho de um comerciante português com uma mãe escrava

“Um Encontro Com a Liberdade”, de Júlio Emílio Braz, lançado pela Editora do Brasil, retrata o cenário de um Brasil que tardiamente deixava de ser um país de escravos, para lentamente tornar-se uma nação livre.

Atendendo à pressão internacional, o fim da escravidão avançava ao obter respaldo em uma nova legislação, que culminou com a Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel. Entretanto, a sociedade dominante relutava em aceitar os avanços oficiais em seus costumes e a realidade era bem diferente do que se pretendia atingir.

O protagonista Gabriel nascia no dia 28 de setembro de 1871, data da promulgação da Lei do Ventre Livre, filho do comerciante português Valentim Pedrosa com a escrava Henriqueta. Pedrosa mantinha relação com Henriqueta há mais de dez anos, sem nunca ter feito questão de libertar sua mulher. Já Gabriel obtinha a proteção legal, mas efetivamente ainda não podia sentir-se uma pessoa livre, sua condição de pessoa livre só aconteceria de fato aos 21 anos.

Até então, o personagem era um escravo do próprio pai, a quem nunca se referia com esse termo, mas sim, como “Seu Valentim”. O acesso à educação lhe era ofertado pelo senhor, o que fazia com que o garoto se tornasse mais consciente de sua condição de inferioridade. Gabriel era funcionário do armazém de Valentim, dormia entre sacos amontoados, abria e fechava o estabelecimento e entregava as mercadorias. Mesmo bem tratado, com boas vestimentas e alimentação, era um escravo.

Em suas muitas andanças pelas ruas estreitas e mal cuidadas do Rio de Janeiro antigo, Gabriel tinha contato com jovens abolicionistas e ouvia falar de personagens da história como André Rebouças ou José do Patrocínio, a quem referenciava. Com os republicanos, aprendeu a indignar-se um pouco mais com a sua condição. Claro, que toda essa situação causava desconforto e até a ira de “Seu Valentim”.

Com a assinatura da Lei Áurea, o protagonista e os demais abolicionistas comemoravam a conquista. Mas, até que ponto essa mudança seria efetiva na vida dos novos libertos? Júlio Emílio Braz conduz o leitor a perceber outro lado, muitas vezes desconhecido da história.

Segundo o autor, a ideia que norteou a obra foi a vida de um famoso abolicionista baiano, Luís Gama. “Uma das propostas deste livro é discutir a figura do mestiço, ou seja, dos filhos de brancos com negros, que até os dias de hoje têm certa relutância em se assumir como negro, surgindo vários eufemismos para não se empregar tal palavra”, explica o autor.

Debater o preconceito e tentar enfraquecê-lo é um dos objetivos da obra de Braz. “O livro apresenta figuras tão importantes quanto desconhecidas da história do Brasil, que nem todos sabem que foram negros. Na história há poucos heróis e modelos dessa etnia. Até porque quando não conseguiam obscurecer a figura de um negro, nossa sociedade os embranquecia. Pouca gente sabe sobre André Rebouças, Luís Gama, Juliano Moreira e outros tantos negros proeminentes que o Brasil tratou de esconder”. Ele ainda vai além: “ninguém nunca foi condenado por prática de racismo no Brasil, pois as pessoas consideram um exagero. Por isso, o preconceito persiste”, reflete.

Sobre o autor:
Júlio Emílio Braz iniciou carreira como escritor de roteiros para histórias em quadrinhos que já foram publicadas no Brasil, Portugal, Bélgica, França, Cuba e EUA. Soma mais de cem títulos. Em 1988 recebeu o Prêmio Jabuti pela publicação de seu primeiro livro infanto-juvenil “Saguairu”. Em 1997, ganhou o prêmio Austrian Children Book Award, na Áustria, pela versão alemã do livro “Crianças na escuridão” (Kinder im Dulkern) e o Blue Cobra Award, no Swiss Institute for Children’s Book.

Sobre a Editora do Brasil:
Fundada em 1943, a Editora do Brasil atua há mais de 70 anos com a missão de mudar o Brasil por meio da educação. Como empresa 100% brasileira, foca a oferta de conteúdos didáticos, paradidáticos e literários direcionados ao público infanto-juvenil. Foi fundadora da CBL, SNEL, FNLIJ, IPL e da Abrelivros. Os títulos da Editora do Brasil podem ser adquiridos por meio de seu e-commerce: (http://www.editoradobrasil.com.br/lojavirtual/) ou em lojas físicas como, por exemplo, sua loja, em São Paulo (Rua Conselheiro Nébias, 891 – Campos Elíseos).

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Serviço:
Autor: Júlio Emílio Braz
Ilustração: Roberto Weigand
Formato: 17 x 24 cm
Número de páginas: 64
ISBN: 978-85-10-06313-5
Preço sugerido: R$ 41,60
www.editoradobrasil.com.br

Da Folha Geral, em Salvador*

*Com colaboração de (agência, assessoria ou especialista)

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