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Passeatas já não adiantam mais

Na década de 60, Roberto Carlos costumava cantar “cartas já não adiantam mais” e eu gostaria de repetir para quem quisesse me ouvir – passeatas já não adiantam mais. Os movimentos populares nos mostram claramente que a população não está satisfeita com os rumos da política, mas pecam ao deixar de adicionar uma proposta concreta. […]

Na década de 60, Roberto Carlos costumava cantar “cartas já não adiantam mais” e eu gostaria de repetir para quem quisesse me ouvir – passeatas já não adiantam mais.
Os movimentos populares nos mostram claramente que a população não está satisfeita com os rumos da política, mas pecam ao deixar de adicionar uma proposta concreta. Estas manifestações muito frequentemente caem no esquecimento e resultam ineficientes. Não adianta fazer uma passeata contra a corrupção se ela não for acompanhada de uma proposta de combate a este mal.
O Instituto ResNovae, criado aqui no Paraná e com adeptos em todos os estados brasileiros, prega que a democracia começou a mostrar sinais de fragilidade no dia em que apareceu a figura indesejável e desnecessária do representante público profissional.
Esta pessoa (o famoso político) quer de todas as maneiras nos fazer acostumar com a ideia de que todas estas falcatruas são normais na vida democrática, que são necessários os acordos espúrios e de que todas aquelas contribuições roubadas de empresários mal intencionados fazem parte das regras do jogo. Isto é uma mentira! Estes desvios de ética visam somente à preservação dos atuais dirigentes e são atitudes contrárias aos reais interesses dos eleitores.
O sistema democrático não precisa e nunca precisou de políticos profissionais. Todos os cargos no Legislativo e Executivo podem perfeitamente ser ocupados por nós mesmos, por empresários, professores, advogados, donas de casa, médicos, estudantes, jornalistas, etc. Pessoas que têm outra profissão e apenas se dispõem a nos representar por um mandato.
A democracia para voltar a ser bonita precisa da inelegibilidade automática, ou seja: um representante é eleito, exerce seu mandato e ao final volta para sua atividade profissional de origem. A política não pode ser encarada como carreira profissional onde o cidadão se elege para vereador, depois para deputado, depois para senador, prefeito, governador, senador de novo etc.
Trabalhar pela inelegibilidade automática seria portanto uma das maneiras de fazer algo concreto pelas futuras gerações. O Instituto ResNovae acredita nesta alternativa e está coletando assinaturas de apoio em todos os cantos do Brasil. A ideia, inédita no mundo, é que este grupo (que não tem e nem pretende ter candidatos) vista uma “pele de lobo” e passe a falar no horário político. No dia em que isto acontecer (são necessárias setecentas mil assinaturas), muita coisa vai começar a mudar no Brasil e o horário político dará espaço, pela primeira vez, a um grupo que não está buscando votos, está apenas querendo dizer o que o eleitor pensa.
Precisamos mostrar claramente que estamos fartos da classe política e buscamos alternativas. Se a população der o seu apoio, com certeza um desses trinta e dois partidos registrados no TSE vai colocar a inelegibilidade automática em seu estatuto e passar a nos oferecer somente candidatos que não vejam a política como profissão. A partir daí nós eleitores passaremos a ter realmente uma opção nova no cardápio eleitoral.
Se passeatas fossem suficientes nós poderíamos fazer uma passeata contra o vírus ebola.
Mario Braga é engenheiro civil, economista e presidente nacional do Instituto Res Novae.
www.irn.org.br
https://www.facebook.com/iresnovae

Da Folha Geral, em Salvador*

*Com colaboração de (agência, assessoria ou especialista)

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